O Espírito Santo enfrenta um novo desafio no combate à dengue. Pela primeira vez em uma década, o Estado registra a circulação do sorotipo 3 da doença.
Embora os sintomas sejam os mesmos, a falta de imunidade da população a esse tipo específico do vírus pode levar a um aumento significativo no número de casos.
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O alerta vem do secretário de Saúde do estado, Tyago Hoffmann, e reforça a importância de intensificar o monitoramento e a prevenção.
Até o momento, os indicadores são positivos. O Espírito Santo registrou uma redução de 68,7% nos casos prováveis em relação ao ano passado, o que representa 10 mil diagnósticos a menos.
No Brasil, o balanço também apresenta contrastes: enquanto 17 estados conseguiram reduzir a incidência da doença, outros 10 registraram aumento nas seis primeiras semanas epidemiológicas do ano.
Os dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses revelam que mais de 75% dos casos estão concentrados na região Sudeste, e o Espírito Santo está entre os estados com maior risco de aumento, ao lado de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná, segundo o InfoDengue.
O sinal de alerta já foi acionado. Na semana passada, São Paulo decretou estado de emergência após um aumento expressivo nos casos. Das 152 mortes registradas no país, 118 ocorreram no estado paulista.
Para evitar uma crise semelhante à de 2024, é fundamental que os poderes públicos atuem de forma coordenada, liderados pelo governo federal. No ano passado, não é exagero dizer que faltou gestão.
Além do Ministério da Saúde, os governos estaduais e municipais devem investir em ações de conscientização para o combate a dengue em duas vertentes principais: cuidados com a limpeza, por exemplo, com os recipientes que podem armazenar água e se transformar em criadouros do mosquito, e vacinação.
No Espírito Santo, a meta é vacinar 90% das crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos.
O desafio no Estado e no Brasil é grande e o sucesso depende, entre outras coisas, de um planejamento de comunicação recorrente. Sem isso, fica praticamente impossível envolver as famílias brasileiras.