Desenvolvimento sustentável. Essa expressão surgiu há 50 anos, na conferência de Estocolmo, na Suécia, primeira grande reunião de líderes mundiais, organizada pela ONU (Organização das Nações Unidas), para discutir o impacto das ações humanas sobre o meio ambiente. Até então, as agendas econômica e ambiental eram consideradas antagônicas, e colocavam em campos opostos países desenvolvidos e países em desenvolvimento, ou pobres.
O tempo mostrou que a maneira como são utilizados os recursos naturais e as consequências geradas impactam todos, sem exceção.
Temos vivenciado extremos climáticos com ondas de frio e de calor. Seca e chuvas abundantes fora de época. Recentemente, cidades do Rio de Janeiro e de Pernambuco sofreram com inundações e deslizamentos de terra. Centenas de pessoas perderam a vida.
Tragédias como essas vão se repetindo por dezenas de outros países.
Cientistas do mundo inteiro, não de hoje, alertam para os riscos e dizem que o tempo está se esgotando.
Preservar o que ainda se tem é imprescindível, e também é necessário recuperar o que foi perdido, degradado. Em Vitória, um dos exemplos é a área de restinga, na costa litorânea. A ordem de serviço do projeto de reurbanização da Curva da Jurema, assinada ontem pela prefeitura, prevê a recuperação desse ecossistema, que faz parte do bioma da Mata Atlântica.
Um exemplo positivo de união de esforços entre o poder público e a iniciativa privada, na lógica do desenvolvimento sustentável.
Há muito o que se fazer nesse campo? Sim.
Basta ver os recordes de desmatamento na Amazônia, a falta de investimento em mecanismos de vigilância e preservação, o desmonte das instituições públicas, a falta de investimento em ciência e tecnologias limpas.
A geração de riquezas e a melhoria de vida da população passa, obrigatoriamente, pelos cuidados com os recursos naturais e por políticas que possibilitem mitigar possíveis impactos negativos advindos de atividades econômicas. E isso perpassa diversas áreas, da agricultura a mobilidade urbana.
E detalhe: cada vez mais o ponto balizador dessa relação é a população. Na perspectiva pública, somos todos nós enquanto cidadãos. Na ótica econômica, nós enquanto consumidores.
Não sem razão tem crescido o número de empresas que adotam como estratégia três pilares, cuja sigla em inglês é ESG: ambiental, social e governança.
O primeiro diz respeito a boas práticas que causem o menor impacto no meio ambiente. O segundo ponto diz respeito ao impacto gerado na comunidade. E, por fim, a transparência na relação com todos os públicos atendidos pela empresa, entre eles, os clientes.
O lucro, nesse caso, é de todos!