Fernanda Kaniski Rossi*
Fui à padaria comprar pão, num lindo dia de domingo, e na hora de pagar só havia um caixa atendendo, a fila aumentou e decidiram abrir outro caixa. A atendente gritou: Próximo!. Eu era a próxima da fila, mas não me atentei, de imediato, que o grito era para mim. Ela gritou de novo: Próximo!. Aí, diante do grito estridente, fui em direção ao caixa aberto, mas um homem, que na fila original estava atrás de mim, saiu em disparada e, incorporando o espírito de Lewis Hamilton, me ultrapassou, chegando ao caixa primeiro do que eu.
Cheguei ao caixa e reclamei com o indivíduo, que se surpreendeu com a minha atitude, dizendo: Se você quiser pode passar na minha frente.. Pensei na hora: Se eu quiser?! O direito era meu, eu estava na frente desse sujeito.. Prontamente respondi: É claro que eu quero, pois estava na sua frente!. Mas, a caixa, aquela que só ficava gritando, disse: Agora eu já comecei a passar a compra dele e não tem como cancelar..
Moral da história: Reclamei pelo direito de ser atendida na ordem em que havia chegado à fila, mas, meu direito foi violado por um homem sem educação e por uma atendente sem treinamento adequado. Saí dali como a pior das derrotadas, porque meu direito havia sido arrancado de mim.
Fiquei indignada, pensando que há tantos investimentos sendo feitos para a realização da copa, mas investimentos na área de educação, que é a base para a formação de um povo idôneo, comprometido com a justiça e, acima de tudo, ciente de seus direitos, não são feitos.
No entanto, como isso aconteceu em um bairro nobre de Vitória, também refleti que é preciso muito mais do que investimentos em educação para mudar as atitudes de uma nação. Afinal, educação vem de berço e é desse tipo de educação que o Brasil também está carente.
* Jornalista