Polícia

Megaoperação prende dono de boate suspeito de vender drogas a garotas de programa em Cariacica

Investigadores receberam instruções antes de saírem da delegacia, para cumprir 25 mandados de busca e apreensão, e outros 25 de prisão. O chefe do tráfico, que mora no Rio, não foi preso

Megaoperação prende dono de boate suspeito de vender drogas a garotas de programa em Cariacica
Dono de boate preso negou envolvimento Foto: TV Vitória

Uma grande operação prendeu 20 pessoas, além de 40 quilos de maconha na Grande Vitória. A operação continua durante toda a tarde desta quinta-feira (22). Uma pessoa foi liberada. Um casal, que seria o chefe da quadrilha, continua foragido. Entre os detidos está o proprietário de uma boate em Cariacica.

O cerco ao tráfico de drogas, na Grande Vitória, reuniu cerca de 150 policiais. Um homem, apontado como o chefe da quadrilha investigada, identificado como Tobias Claudino Nascimento, conhecido como “Tomate”, e a esposa dele, Simone Soares de Araújo Nascimento que moram no Rio de Janeiro, continuam foragidos.

Investigadores receberam instruções antes de saírem da delegacia, para cumprir 25 mandados de busca e apreensão, e outros 25 de prisão. Um dos pontos de parada da polícia, foi uma casa noturna de Alto Laje, em Cariacica.

A busca era pelo ex-gerente da casa, Tarcísio Gomes Félix, de 34 anos. O homem não estava na boate, mas foi localizado em casa, no bairro Santana. Tarcísio negou envolvimento, mas, segundo a polícia, é suspeito de fornecer drogas a garotas de programa, que trabalham na boate.

Parte dos suspeitos presos na operação Foto: TV Vitória

“Ele pertencia à quadrilha, recebia a droga da quadrilha, distribuía para garotas de programa, cobrava até um valor acima do mercado para elas. As mulheres utilizavam essas drogas e as passavam para os clientes. Ele acabava aferindo lucro em razão do repasse das drogas para as meninas”, afirma o delegado Fábio Pedroto.

O suspeito negou envolvimento com o crime. “Eu não fornecia drogas. Eles vão apurar e vão ver direitinho. Eu não tenho nada a ver com isso. Sou inocente”, diz Tarcísio.

A prisão de Tarcísio foi uma das 20 realizadas, pela Polícia Civil, entre o final da noite da última quarta-feira (21) e a manhã desta quinta-feira (22), para combater a suposta atuação de uma quadrilha de tráfico de drogas na Grande Vitória.

Outro suspeito preso, identificado como Geliel Rocha, de 70 anos, que foi preso, preferiu não comentar a suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. “Só falo com a presença de meu advogado que está aí fora”, disse.

Outra detenção, que chamou a atenção dos policiais, foi a de André Felipe Gadelha Nunes, suposto integrante da quadrilha. O suspeito é condenado, por tráfico, e estava com uma tornozeleira eletrônica, concedida pela Justiça.

“Ao chegar a residência, ele tinha retirado a tornozeleira eletrônica, ou seja, ele danificou um bem público e vai responder por dano qualificado sendo autuado em flagrante, além do cumprimento de mandatos”, continua Pedroto.

Foragidos: suspeitos que seriam os chefes da quadrilha, comandariam do Rio as ações criminosas Foto: Divulgação/PC

André tenta justificar o motivo pelo qual danificou a tornozeleira. “Eu tinha tirado porque estava sem funcionar a pulseira. Tem que fazer uma manutenção no aparelho”, diz o suspeito.

A polícia concentra os esforços, agora, na tentativa de localizar o homem apontado como o chefe da quadrilha. Segundo o delegado, os suspeitos morariam em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, de onde o casal comandaria a atuação da quadrilha no Espírito Santo, principalmente, em Cariacica.

“O Tobias é o líder da quadrilha, é o que organizava toda a logística e distribuição de drogas, comandava os demais integrantes. Nós pedimos apoio da polícia carioca para tentar encontrá-lo. Ele e a mulher estão com mandatos de prisão em aberto e nós esperamos capturá-los a qualquer momento”, conta Pedroto.

Durante esta semana, policiais apreenderam, aproximadamente, 40 quilos de maconha, dois quilos de crack, além de cocaína e munição, em operações realizadas, na Grande Vitória. A polícia checa, agora, se o material apreendido tem relação com a quadrilha investigada, há oito meses.

O delegado acredita que com as detenções, deve haver uma diminuição na criminalidade da Grande Vitória, principalmente em Cariacica. “Acreditamos que vá haver uma redução não só nos crimes de traficância, mas também dos crimes que orbitam o tráfico de drogas como homicídios e outros”, completa o delegado.