Cerca de 40 suspeitos de envolvimentos em assaltos a ônibus na Grande Vitória foram presos somente no mês de setembro, segundo dados da Polícia Civil. A corporação agora trabalha na identificação de sete suspeitos, que realizaram arrastões em coletivos em Vitória e Cariacica. Imagens das câmeras de segurança dos dois veículos foram divulgadas, para ajudar a polícia a chegar aos criminosos.
O crime mais recente aconteceu na madrugada da última terça-feira (23), na avenida Serafim Derenzi, na altura do bairro Estrelinha, em Vitória. De acordo com a Polícia Civil, três criminosos entraram em um ônibus municipal, que faz a linha 072, no bairro Comdusa.
Segundo a Polícia Civil, um dos suspeitos estava com uma faca e os outros dois simulavam estar armados. Ao entrar no ônibus, eles pularam a roleta e sentaram. Em seguida, levantaram e anunciaram o assalto.
No momento do roubo, ocorrido por volta das 5h50, estavam no coletivo o motorista e 15 passageiros. Mais de dez pessoas foram assaltadas. Além dos pertences dos passageiros, os suspeitos roubaram o dinheiro do caixa. Eles fugiram pela Rodovia Serafim Derenzi.
O outro assalto que teve as imagens divulgadas pela PCES aconteceu há cerca de um mês, em Jardim Campo Grande, Cariacica, em um ônibus da linha 719. As imagens mostram quatro homens armados caminhando pela rua. Após o ônibus se aproximar, os bandidos ordenam que o motorista pare e entram no coletivo. Eles roubam os pertences dos passageiros e depois vão embora.
De acordo com o chefe da Divisão Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP), delegado Fabiano Rosa, uma dificuldade encontrada pela polícia durante as investigações tem a ver com a qualidade das imagens das câmeras dentro dos ônibus.
“Os policiais fizeram vários levantamentos e estão analisando as imagens. Eles tratam essas imagens para melhorar a qualidade e esse material é divulgado para a imprensa, para que a população faça a denúncia por meio do 181. Na maioria das vezes, todos os casos em que é feita essa denúncia, a gente consegue prender esses indivíduos”, ressaltou Fabiano Rosa.
O delegado disse ainda que a Polícia Civil possui um catálogo de suspeitos de roubos a coletivos. “A gente tem um álbum e várias vítimas vêm até a unidade e reconhecem esses indivíduos pelo álbum que a gente tem. É um cadastro que a Polícia Civil tem e que serve para poder identificar esses indivíduos”, explicou.
Ainda segundo o chefe da DRCCP, os perfis mais comuns entre os suspeitos de assaltos a coletivos é de pequenos traficantes, autores de pequenos furtos e usuários de drogas. “A gente não percebe uma organização ou uma associação criminosa. É um crime de oportunidade, onde esses indivíduos, viciados em droga na maioria das vezes, cometem esse crime e utilizam, na maioria das vezes, uma quantidade maior para poder ter até uma proteção por parte deles. Então um rende o motorista, o outro o trocador e o restante vai recolhendo o material dos passageiros”, frisou Fabiano Rosa.
Já a Polícia Militar informou que está reformando o trabalho de patrulhamento, para inibir os crimes e dar mais tranquilidade aos passageiros e rodoviários. “Nós trabalhamos de uma maneira técnica, baseada em estatística. Então os números estatísticos, num primeiro momento, indicaram alguns horários para que nós pudéssemos realizar essas operações. Só que o crime é muito dinâmico e a polícia precisa se adequar a esse dinamismo da criminalidade. Se nós percebermos, baseado em dados estatísticos e não de modo empírico, que há uma necessidade de adequar os nossos horários de operações, esses horários certamente serão adequados”, afirmou o subcomandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, major Carvalho.
O major destacou ainda que as abordagens aos ônibus acontecem em todos os períodos do dia. “A Polícia Militar está realizando diariamente as abordagens a coletivos. Nós temos um número muito expressivo já registrado dessas abordagens. Nós temos aproximadamente 6 mil operações policiais militares ao longo do ano de 2018, e, dessas 6 mil, aproximadamente 1,2 mil são operações específicas de abordagem a coletivo. Então dá uma média de aproximadamente 120 operações por mês ou cerca de quatro operações por dia, que é o que a gente faz no período da manhã, da tarde e da noite”, ressaltou.