O padrasto da menina Fabiane Isadora Claudino, de 2 anos, acusado de estuprá-la e torturá-la até a morte, foi para um show de pagode com amigos na noite do crime, ocorrido no dia 18 de maio, em Cariacica. A informação é da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que concluiu nesta sexta-feira (09) o inquérito sobre o caso.
De acordo com o delegado Lorenzo Pazolini, titular da DCPA, Michael Lelis, de 28 anos, chegou a acompanhar Isadora até o Pronto Atendimento de Alto Laje, mas quando a criança foi levada para o Hospital Infantil de Vitória, ele seguiu para o show, onde ficou até a manhã do dia seguinte.
Ainda segundo Pazolini, com a ajuda de uma ex-namorada, uma vendedora de 30 anos que não teve o nome revelado, Michael conseguiu se esconder da polícia até a noite do dia 20. No entanto, ele foi encontrado dentro de uma caçamba de entulho, às margens da BR 101, em Marcílio de Noronha, Viana.
“Assim que soube da morta da criança, ele ligou para essa ex-namorada, que tem uma moto e o ajudou a fugir no veículo. Ela o levou até um motel e pagou a conta. Quando acabou o tempo de estadia, ele resolveu se esconder dentro da caçamba de lixo”, contou o delegado.
Após ser preso, Michael alegou que estava bêbado quando violentou a enteada, pois teria bebido uísque. No entanto, a equipe da DPCA encontrou, na casa onde a família morava, as duas garrafas citadas por ele e ambas estavam lacradas.
Indiciados
Em depoimento à polícia, a vendedora confessou ter ajudado o ex-namorado a se esconder. Por ter auxiliado o acusado, ela vai responder em liberdade pelo crime de favorecimento pessoal.
Já o padrasto e a mãe de Isadora, a cuidadora de idosos, Maria Izabel Claudino, foram indiciados pelos crimes de tortura com resultado morte e estupro de vulnerável. A diferença é que Michael foi autuado por ter praticado o crime e Maria Izabel por saber o que acontecia e não fazer nada para salvar a filha.
A mãe da menina foi presa na última sexta-feira (02), quase duas semanas depois do crime, na casa de parentes. De acordo com a polícia, no dia em que a filha foi estuprada, Maria Izabel chegou a enviar mensagens para Michael, avisando que a polícia estava no hospital.
Com a conclusão do inquérito, Lorenzo Pazolini pediu a prisão preventiva do casal, para que eles continuem respondendo presos ao processo.