O acusado de matar a ex-cunhada e tentar assassinar o marido da ex-mulher no bairro São Marcos, na Serra, no último domingo (30), planejava o crime há oito meses. A informação é da Polícia Civil, que investiga o caso, e que cumpriu três mandados de busca e apreensão na casa de familiares de Edgar Barreto Santos, 30 anos, nesta quarta-feira (02).
O suspeito, no entanto, ainda não foi localizado. Os mandados foram cumpridos em Vila Velha e Serra, onde moram os familiares de Edgar. Nesses locais, a polícia encontrou folhas de papel, com todo o planejamento da execução, além de fardamento militar e uma arma de paintball.
Nos papéis, Edgard informava quais eram os alvos, como que ele chegaria ao local do crime e mataria as vítimas. Ele chegou a escrever que, caso o plano desse errado e a polícia e a imprensa chegassem até o local, ele mataria a ex e, em seguida, cometeria suicídio.
Os alvos do criminoso eram Janiele das Neves Santos e Deivison Ferreira Nascimento, ambos de 24 anos. Janiele acabou morta. Já Deivison ficou ferido, mas conseguiu escapar da morte.
De acordo com o delegado Adroaldo Lopes, responsável pelo caso, Edgar sabia de toda a movimentação da ex-namorada e das duas vítimas. A ideia do suspeito, segundo o delegado, não era matar a ex, mas sim fazê-la sofrer com a morte dos familiares e se sentir culpada pelo ocorrido.
Adroaldo conta que Edgar tinha um relacionamento conturbado e marcado por agressões com a irmã de Janiele. Os dois ficaram juntos por pouco mais de um ano. Segundo o delegado, um dia a mulher decidiu denunciar o ex-companheiro por agressão e conseguiu uma medida protetiva contra ele.
Adroaldo conta que, alguns meses depois, Edgar foi até a casa da família da ex, procurá-la para conversar. Porém, Janiele e Deivison colocaram o suspeito para correr.
O crime
Edgar teria ficado transtornado com o episódio e, desde então, começou a elaborar um plano para matar os dois. No domingo, o suspeito conseguiu executar o crime. Segundo Deivison, na hora do crime o acusado usava um uniforme camuflado, farda semelhante à usada por militares.
Depois do crime, Edgard saiu gritando pelas ruas de São Marcos, ordenando comerciantes a fecharem as portas. Foi nesse momento que ele parou um carro na rua, falou que era policial e ordenou que o motorista o levasse para longe.
Dentro do carro, o suspeito deu as coordenadas para o motorista e revelou que não era policial, mas sim um criminoso. No alto da Terceira Ponte, Edgard pediu para o condutor parar o veículo. “Eu pensava em pular do carro, mas eu não ia aguentar. Ele também poderia me matar e se matar. Foi terrível”, contou a vítima.
Quando chegaram à Barra do Jucu, em Vila Velha, o acusado pediu para descer do veículo. Depois que a polícia foi acionada as buscas começaram, mas Edgard ainda não foi encontrado.
Quem tiver qualquer informação que ajude o trabalho da polícia deve entrar em contato com o Disque-Denúncia, pelo telefone 181. Não é preciso se identificar.