Uma jovem de 17 anos de Vila Velha denunciou o próprio pai por abusar sexualmente dela. Para comprovar a veracidade do que dizia, a adolescente filmou o momento do estupro e mostrou o vídeo à mãe e, posteriormente, à polícia.
Segundo a vítima, o pai cometia os abusos desde que ela tinha cinco anos; aos 15, a jovem contou para mãe, que não acreditou. Para provar a violência, a adolescente deixou o tablet ligado no momento da agressão e depois mostrou as imagens à mãe. Revoltada, a dona de casa procurou a polícia.
O titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, Erico Mangarivite, afirmou que as imagens gravadas pela menor provam, de maneira irrefutável, o abuso. “O que mais choca neste caso é que o homem que deveria ser o primeiro a defender a menina de um criminoso se tornou o principal algoz desta vítima”, enfatizou o delegado.
Mangaravite disse também que o pai não negou o abuso, mas tentou reduzir sua responsabilidade, alegando que a vítima o provocava. O pedreiro que tem 37 anos foi autuado pelo crime de estupro qualificado e encaminhado ao presídio.
Violência sexual e menores
De janeiro a outubro de 2014, o número de denúncias de violência e abusos sexuais contra menores informadas à Delegacia de Proteção da Criança e Adolescente no Estado ultrapassou em mais de 30% os inquéritos informados durante todo o ano passado. Em dez meses, foram instaurados 1,02 mil inquéritos sobre o tema, 250 a mais do que nos doze meses de 2013.
Para o delegado, o aumento dos inquéritos reflete uma maior conscientização por parte das famílias, que passaram a escutar mais as vítimas e denunciar.