Dois agentes de desenvolvimento ambiental do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) foram presos nesta quarta-feira (16), suspeitos de cobrar propina a empresários para a liberação de licenças. As prisões foram realizadas pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc), na sede do Iema, em Cariacica.
De acordo com as investigações, os dois servidores, que são concursados, exigiram que uma empresa do sul do estado pagasse propina para que as licenças ambientais de um empreendimento fossem liberadas.
Segundo a polícia, eles identificaram uma irregularidade nesse empreendimento e exigiram o pagamento de R$ 250 mil para a liberação da licença ambiental. O valor seria parcelado em diversas prestações, mas a empresa teria de dar uma entrada de R$ 4,5 mil.
A empresa denunciou os dois agentes ao Iema, que entrou em contato com a Polícia Civil e comunicou os fatos. As investigações duraram 60 dias e, nesta quarta, foi deflagrada uma operação, denominada Kickback, para cumprir os dois mandados de prisão temporária — cuja validade inicial é de cinco dias.
“Numa ação de acompanhamento de um empreendimento que já estava licenciado, que é uma ação de fiscalização dentro da equipe de licenciamento, foi identificado desvio e que gerou o desdobramento desse trabalho”, frisou o diretor-presidente do Iema, Alaimar Ribeiro Rodrigues.
Além disso, o Nuroc cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas desses dois servidores, moradores da Grande Vitória. Foram apreendidos computadores, tanto no trabalho quanto nas residências dos investigados, além de celulares.
“Todo material que eles trabalharam, e que era de posse do trabalho deles, foi recolhido pela Polícia Civil para avaliação e investigação. E se, a partir da avaliação e investigação da Polícia Civil, tiver algum indício de ato administrativo falho ou nulo, certamente será reavaliado pelo órgão”, afirmou Rodrigues.
A Polícia Civil ainda investiga se outras empresas chegaram a pagar propina aos agentes do Iema.