Polícia

Agentes socioeducativos são presos acusados de tortura contra internos da Unis

Joildo Cardoso, de 35 anos, e Grécio do Amaral, de 32, foram ouvidos na Delegacia de Crimes Carcerários e Socioeducativos e, em depoimento, assumiram a agressão

Agentes socioeducativos são presos acusados de tortura contra internos da Unis
Suspeitos teriam agredido quatro menores da Unis com socos chutes e golpes de cassetete, no mês passado Foto: Divulgação

Dois agentes socioeducativos foram presos na tarde desta quinta-feira (07), suspeitos de agredirem quatro internos da Unidade de Internação Socioeducativa (Unis), em Cariacica. Joildo Cardoso, de 35 anos, e Grécio do Amaral, de 32, foram ouvidos na Delegacia de Crimes Carcerários e  Socioeducativos e, em depoimento, assumiram a agressão.

“Eles confirmam as versões, mesmo porque todo fato é gravado. Só que nós não poderemos disponibilizar [as imagens], pelo fato de o processo estar em segredo de justiça”, destacou o delegado Gabriel Monteiro, responsável pelo caso.

De acordo com o Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), a agressão aconteceu no último dia 18, por volta das 20 horas. Os agentes teriam ido até o alojamento dos internos para conter um motim. 

Quando a rebelião já estava controlada, os servidores teriam sido atingidos por pedras. Por esse motivo, os dois teriam agredido quatro adolescentes com chutes, socos e uso de cassetete. A ação foi denunciada pelo Iases.

“Nós temos um sistema constante de videomonitoramento, que verificou essas agressões. Imediatamente, [o fato] foi comunicado ao sistema de Justiça, ao Judiciário, Ministério Público e Polícia Civil. E foi instaurado um inquérito policial, que corre em sigilo até o tempo atual”, destacou o diretor de ações estratégicas do Iases, Leandro Piquet.

Os agentes socioeducativos foram autuados por tortura. De acordo com o instituto, outros três servidores são suspeitos de participarem da ação. Um  deles já possui mandado de prisão em aberto e encontra-se foragido.

Para o diretor do Iases, uma agressão não justifica outra. “O Iases não compactua com esse tipo de postura. A força é permitida, desde que proporcional ao limite da agressão. Cessada a agressão, cessa-se a força. É isso que a gente exige dos servidores que estão no Iases e é isso que eles fazem. Condutas individuais são incontroláveis. A gente não tem essa gerência sobre todos os servidores, que são mais de mil”, ressaltou Leandro Piquet.

Fuga

Outro caso que está sendo investigado pelo Iases, envolvendo agente socioeducativo, está relacionado à fuga de oito internos da Unidade de Internação Provisória (Unip), também em Cariacica, na última segunda-feira (04). 

Após cerraram as grades das celas e pularem um muro de cerca de cinco metros de altura, quatro menores foram recapturados. Um deles teria dito que a fuga foi facilitada por um dos agentes socioeducativos da unidade.