Funcionários de um posto de combustíveis em Vila Velha foram vítimas de um assalto, na manhã desta quinta-feira (13). No entanto, o que mais revoltou os frentistas foi um possível descaso de atendentes do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes), que foi acionado logo após o roubo. Segundo eles, o chamado não foi atendido e uma viatura da PM só apareceu horas depois, mas para atender outra ocorrência.
O posto de combustíveis onde os frentistas trabalham foi assaltado por dois criminosos de moto. O crime foi registrado por câmeras de videomonitoramento do estabelecimento.
Pelas imagens é possível ver que os bandidos passam por dentro do posto e abordam um frentista, que atendia um caminhoneiro. Eles anunciam o assalto, manobram e pegam o dinheiro que estava com o funcionário.
No mesmo posto rendem outro frentista, que entrega o dinheiro que tinha acabado de receber de um cliente. Em seguida, os assaltantes fogem. O vídeo não mostra, mas, segundo os funcionários rendidos, o garupa estava armado.
Depois do primeiro assalto, a dupla seguiu para outro posto de combustíveis, cerca de 100 metros à frente, e fez mais vitimas. A ação foi semelhante: os criminosos abordaram um funcionário, exigiram dinheiro e saíram rapidamente.
“Eu estava na pista e vieram os dois rapazes de moto. Eles pararam do meu lado e anunciaram o assalto. Puxaram a arma e pediram dinheiro”, contou uma das vítimas.
Imediatamente após o crime, um dos frentistas ligou para o Ciodes, pelo 190. “Foi imediato. Liguei para o Ciodes e a menina me atendeu, pedindo informação sobre a localização. Passei os dados, tudo certinho, sobre o que aconteceu com a gente”, contou.
No entanto, quase uma hora depois, nenhuma viatura havia aparecido no local. Eles ligaram novamente e, dessa vez, gravaram a conversa.
A atendente pede para o frentista aguardar na linha. Cerca de quatro minutos depois, ela informa que a vítima precisa procurar uma delegacia e registrar o caso. Mesmo com o funcionário do posto alegando que havia chamado uma viatura e que ela não havia aparecido, a atendente desconversa e, mais uma vez, o orienta a procurar uma delegacia.
Horas depois, os frentistas viram uma viatura da Polícia Militar passando pela rua e decidiram chamá-la. No entanto, os policiais disseram que só haviam recebido chamado para atender ao assalto ocorrido no outro posto.
“Vi passando uma viatura, abordei o policial no meio da rua e perguntei se eles tinham vindo socorrer a gente. Ele disse que tinha ido ver uma ocorrência no outro posto, mas eu falei que também tinha acontecido com a gente. Aí que ele começou a pegar as informações, mas garantiu que nada havia sido passado para eles”, contou o frentista.
Os funcionários afirmam que, mesmo assim, foram atendidos pelos militares, mas reclamam da falta de resposta após o acionamento do Ciodes. “É complicado, sem palavras. É muito ruim. Sem segurança fica muito difícil de trabalhar”, lamentou o gerente do posto, Maxsuel Engelhardt.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que o fato está sob apuração do Ciodes.