Uma aposentada de 57 anos foi vítima de um tiro de bala de borracha por parte da Polícia Militar, no bairro Santana, em Cariacica. O caso aconteceu durante uma confusão na noite de domingo (25).
Segundo informações de familiares, a mulher levou pelo menos seis pontos na cabeça. Na ocasião, a aposentada, que preferiu não ser identificada, estava em uma praça pública, onde foi realizada uma festa com música, comida e bebida.
A equipe de apuração da TV Vitória não conseguiu entrar em contato com os organizadores do evento. Moradores e pessoas que trabalharam no local informaram que teria ocorrido uma “ressaca de carnaval”.
>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!
Em determinado momento, uma confusão teria se formado na festa, o que chamou a atenção dos policiais.
A aposentada ajudava uma sobrinha de 31 anos, que trabalha de maneira autônoma com pula-pula para festas. O equipamento estava montado na praça e ambas o desmontavam, quando a mulher mais velha foi ferida na cabeça em meio ao tumulto.
“Eu só pensava no meu pai, nas minhas sobrinhas, na minha família. Eu falava: ‘Senhor, não me leva agora, quem vai ajudar a minha família?‘, disse entre lágrimas.
A vítima foi levada para o hospital por um motorista de aplicativo. Para ela, não há dúvidas de que tenha sido um tiro de borracha.
“Eu sei que foi um tiro de borracha. Na hora, o estrondo, o zumbido no meu ouvido, o sangue, não foi uma garrafa. Até porque não tinha estilhaço de vidro nenhum. Foi a bala de borracha”.
No hospital, um laudo médico de exames feitos pela vítima descreve que o ferimento teria sido provocado por um tiro de bala de borracha. A mulher baleada ainda afirmou ter pedido ajuda à polícia, mas não foi atendida.
“Eu pedi socorro para os policiais, falei que era irmã de militar, mas eles não deram nem atenção. A minha indignação foi essa, eles não prestaram socorro, não procuraram saber, eu me senti um nada. Uma entidade que admiro por minha família ser quase toda militar, fiquei indignada. Gosto muito da polícia militar, civil. Fiquei decepcionada”, contou.
Por enquanto, a mulher afirmou não saber se vai continuar ajudando as sobrinhas, que além do pula-pula, trabalham com a venda de cachorro-quente.
“No momento, eu não penso nem em voltar, mas só Deus é que sabe. Porque a gente precisa trabalhar, é a ´´única fonte de renda que as meninas têm”, finalizou.
Em nota, a Polícia Militar explicou que agentes da Força Tática chegaram ao local e pediram para que os donos dos carros desligassem o som e liberassem a praça. Com a saída dos policiais, foram disparados foguetes e rojões. Por isso, os militares voltaram para abordar os suspeitos.
No entanto, houve resistência com arremesso de garrafas contra a guarnição. Neste momento, segundo a PM, foi necessária a utilização de equipamento não letal pelos militares.
Acerca do caso da aposentada, não houve manifestação por parte da corporação.
*Com informações do repórter da TV Vitória / Record, Paulo Rogério.