A arma do policial civil Alessandro Gomes Ferrari, de 45 anos, morto a tiros durante um assalto em Cariacica, pode ter sido utilizada pelos bandidos para assassiná-lo. A informação é do secretário estadual da Segurança Pública, Nylton Rodrigues, que esteve, na tarde desta segunda-feira (29), no enterro do policial.
Alessandro foi morto com dois tiros, que o atingiram no peito e na cabeça. “A arma do policial provavelmente foi utilizada sim para o último disparo, o que levou nosso policial Ferrari à morte”, frisou Nylton Rodrigues.
O secretário não deu detalhes sobre as investigações do crime, mas afirmou que a polícia dará uma resposta rápida para a sociedade. “O que eu posso dizer é que ninguém ficará impune. Vão pagar por isso. E nas próximas horas, até amanhã [terça-feira], nós vamos apresentar para a sociedade esses criminosos covardes que executaram nosso policial civil”, afirmou.
Horas após o enterro do policial, dois suspeitos de participação no crime foram levados para o Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo a polícia, um deles era quem conduzia o carro utilizado para assaltar a vítima, na noite de domingo (28). O indivíduo apontado como o autor dos disparos segue foragido.
Além disso, durante a manhã desta segunda, a movimentação foi intensa no DHPP. Pelo menos sete pessoas foram conduzidas à unidade policial para prestar esclarecimentos.
Sepultamento
O corpo de Alessandro foi enterrado em um cemitério municipal de Cariacica, que ficou lotado de amigos, familiares e colegas de trabalho do policial civil. Antes do sepultamento, o policial foi homenageado com uma salva de palmas.
Familiares de Alessandro não tiveram condições de dar qualquer declaração à imprensa durante a cerimônia. Além do secretário de Segurança Pública, estavam no enterro titulares de diversas delegacias da Polícia Civil, que já trabalharam com Alessandro.
“Era um excelente policial, sempre disposto a cooperar, sempre preocupado com a sociedade. Infelizmente foi vítima do que ele combatia. Durante a nossa vida a gente vai criando casca, porque isso é comum acontecer. Mas a gente nunca está preparado, então é sempre uma dor muito grande. Mas a nossa missão é continuar e a gente não pode parar”, afirmou o delegado João Paulo Pinto.
O crime
Alessandro foi morto no bairro Morada de Santa Fé, em Cariacica, na noite de domingo, dia do aniversário de 8 anos da filha. Ele havia ido buscar a amiga da criança para a festa, quando foi assaltado por criminosos.
O policial foi abordado dentro do carro, na esquina das ruas Moxuara e Polivalente. No veículo também estavam a esposa dele e a sogra.
Segundo testemunhas, Alessandro parou o carro atrás de um veículo. Três suspeitos desceram por uma rua, em outro carro, e abordaram a vítima. O policial desceu do veículo e teria ido andando de costas até tropeçar em um buraco e cair no chão. Foi quando o militar caiu que os suspeitos efetuaram os disparos. Moradores disseram ter ouvido pelo menos quatro tiros.
Depois de balear o policial na cabeça e no tórax, os suspeitos fugiram. A vítima foi socorrida por uma viatura da Polícia Militar e levada para um hospital do município. Segundo familiares, o homem deu entrada com vida, mas não resistiu.