Ataque na Glória

Assassino de vendedora foi encontrado com perfuração no pescoço ao morrer em presídio

De acordo com a polícia, foi identificada uma lesão perfurocortante na cervical esquerda

Wenderson Rodrigues
Wenderson foi preso após o crime Foto: Reprodução / TV Vitória

Após a morte de Wenderson Rodrigues de Souza, que aconteceu neste domingo (30), a Polícia Científica informou ter encontrado cortes próximo ao pescoço do assassino da vendedora morta a facadas dentro de uma loja na Glória. Ele estava preso no Centro de Detenção Provisória de Vila Velha.

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Agora, o caso passou a ser investigado pela Polícia Civil.

Segundo a Secretária de Justiça, ele passou mal e internos que dividiam a cela com ele informaram aos policiais penais. “Imediatamente, ele foi socorrido por servidores para a Unidade de Saúde do Sistema Prisional, onde já chegou sem vida.”

O corpo passou por perícia da Polícia Científica. De acordo com as primeiras informações, foi identificada uma “lesão perfurocortante na cervical esquerda, que levou a lesão da artéria carótida comum esquerda”. Wenderson não resistiu aos ferimentos e morreu.

A Polícia Civil informou que o caso será investigado.

Crime brutal tirou a vida de vendedora

O crime que levou Wenderson à prisão aconteceu em 10 de março deste ano. Ele atacou Carla a facadas, diversas vezes, na loja onde ela trabalhava. A vítima chegou a ser socorrida e passou por cirurgia, mas morreu devido à gravidade dos ferimentos.

Após cometer o assassinato, Wenderson tentou tirar a própria vida, mas foi impedido por agentes da Guarda Municipal, que o encaminharam ao hospital. Depois disso, ele recebeu alta e foi transferido para o presídio.

Polícia Civil concluiu em investigação anterior que Wenderson saiu de casa determinado a matar alguém. Ele foi autuado por feminicídio com duas qualificadoras: meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.

Em coletiva de imprensa, a chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher, delegada Raffaella Aguiar, explicou que, segundo o demonstrado no interrogatório, a insanidade mental do suspeito é seletiva.

Ficou bem claro para a gente que a insanidade é seletiva. Todas as pessoas que conviveram com ele e que tivemos contato foram ouvidas e falam que ele é um rapaz muito esperto, que ele é inteligente, descreve a delegada.

Ainda segundo a delegada, o acusado tentou se utilizar da insanidade mental durante o interrogatório, até o momento em que foi questionado sobre a dinâmica e a motivação do crime. Nesse momento, segundo ela, ele solicitou a presença da defesa.

“A insanidade dele foi até o ponto em que o interrogatório começou a ser mais assertivo e indagá-lo acerca da dinâmica, da motivação. Ele falou que queria a defesa, que queria o defensor e que não ia falar mais”, explicou.

Escolha da vítima foi aleatória

Durante a coletiva, a delegada explicou que, para a polícia, a escolha da vítima foi aleatória, mas Carla teria sido definida como uma possível vítima pela vulnerabilidade, por ser mulher e estar sozinha.

“Ele saiu de casa determinado que ia matar alguém. Ele foi observando a região, quem seria a possível vítima, e aí foi nesse momento que a gente vislumbrou que ele realmente a escolheu dentro de uma aleatoriedade, mas pela sua vulnerabilidade naquele momento”, disse a delegada.

Leiri Santana, repórter do Folha Vitória
Leiri Santana

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.