A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) cobrou apurações sobre ação policial que resultou na morte do jovem Danilo Lipaus Matos, de 20 anos, em Colatina, na última sexta-feira (31).
A comissão enviou ofícios ao Ministério Público Estadual (MPES) e à Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) .
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Ação policial em Colatina: pedido de providências
O ofício enviado ao MPES solicita “providências efetivas para garantir a apuração de qualquer ato de violência policial e zelar pela atuação eficiente e isenta das forças de segurança”.
A Comissão também enviou ofício à Sesp cobrando informações sobre os protocolos seguidos pela Polícia Militar na abordagem que resultou na morte do jovem.
A presidente da Comissão, deputada Camila Valadão (PSOL), afirmou que é preciso medidas precisam ser tomadas para fiscalizar casos como este.
A letalidade policial precisa ser enfrentada com seriedade. Não podemos permitir que casos como esse se tornem recorrentes sem a devida responsabilização. Estamos cobrando respostas das autoridades competentes para que este caso não fique impune, afirmou.
Carro foi atingido por mais de 40 disparos
Danilo foi morto após o carro em que ele estava ser atingido por 44 disparos de arma de fogo efetuados por policiais militares, no bairro Aeroporto, em Colatina.
A Polícia Militar afastou os policiais militares envolvidos na ocorrência. Além do afastamento, a conduta adotada pelos policiais também vai ser investigada pela Corregedoria da PM.
Em entrevista à TV Vitória/Record, o pai do jovem, Josenildo Monteiro Matos, afirmou que a caminhonete pertencia a Danilo e a abordagem aconteceu depois que o rapaz saiu de uma festa.
Segundo ele, o veículo estava com documentação em dia e o filho tinha carteira de motorista.
“É uma picape que compramos em 2013. Eu tinha dado essa picape para ele. Ele tinha carteira de habilitação e o documento estava correto. Não tem motivo deles fazerem isso com meu filho”, afirmou.
Inquérito na Corregedoria vai investigar o caso
A Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) informou que foi determinada a instauração de inquérito policial militar pela Corregedoria da Polícia Militar e o afastamento das atividades operacionais de todos os policiais envolvidos na ação.
Além do inquérito da Corregedoria, também será feita a investigação pelas Polícias Civil e Científica, com acompanhamento direto do Ministério Público em todas as apurações.