O major e presidente da Associação dos Oficiais do Estado, Rogério Fernandes, destacou que o movimento realizado pelos familiares e simpatizantes da Polícia Militar do Espírito Santo não tem ligação com a associação. De acordo com ele, em entrevista ao jornal Espírito Santo no Ar, da TV Vitória, na manhã desta segunda-feira (6), mesmo não sendo organizado por eles, a associação se solidariza com o movimento.
“Essa manifestação não tem participação dos policiais e nem das associações. É uma manifestação organizada pelos familiares dos policiais militares. São esposas, filhos, irmãos, colegas, simpatizantes do movimento que entendem que a remuneração do policial capixaba é a pior remuneração do Estado Federado Brasileiro”, disse Fernandes.
Sobre a multa de R$ 100 mil para as associações, caso as manifestações continuem, o major afirmou que ainda não foram notificados sobre a decisão e estão aguardando para tomarem as providências. Segundo ele, o departamento jurídico já foi acionado.
“As associações, até agora, se surpreenderam com a declaração do secretário [de segurança, André Garcia] sobre uma notificação de uma multa aplicada, pois nenhuma de nós foi notificada. Não sabemos do teor disso e aguardaremos essa notificação. Já estamos demandando o nosso departamento jurídico. Não aceitaremos nenhuma decisão arbitrária contra as associações, pois esse movimento não é patrocinado pelas associações de militares”, explicou o major.
O presidente da Associação dos Oficiais também afirmou que o governo foi alertado sobre a situação e sobre a possibilidade de um movimento como esse. “A gente tem dito que quem tem fome tem pressa, e a associação de oficiais se solidariza, até por questões humanitárias, com essas manifestações. Queremos dizer que desde o ano de 2016, quando eu assumi a associação, nós estamos negociando com o governo questões que não geram repercussão financeira e até agora nada do que nós apresentamos, até projetos que reduziam custos, não fomos atendidos. É sempre um depois. Ressalto também que alertamos ao secretário de Segurança que esse movimento poderia acontecer, mas não fomos ouvidos”, destacou.