Polícia

Ataque a viatura para resgatar menores é investigado pelo Iases

Os agentes responsáveis pelo transporte dos adolescentes não podem utilizar arma de fogo, conforme legislação. Para Alcione, não é necessário a implantação do uso

 Criminosos abordaram as viaturas que faziam transporte dos menores para fóruns da Grande Vitória Foto: Divulgação

Tentativa de fuga e rebelião é um assunto frequente. Um dos casos mais recentes aconteceu na última terça-feira (27), quando criminosos abordaram as viaturas que faziam transporte dos menores para fóruns da Grande Vitória.

O caso já está chegando investigado, como conta a presidente Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases), Alcione Potratv.

“Os adolescentes correram, mas retornaram, e um a polícia capturou. Foi comunicado à polícia, lavrado um boletim de ocorrência e isso vai gerar uma investigação da polícia, além da investigação interna do Iases para verificar o que de fato aconteceu e evitar que esse tipo de situação aconteça, porque é excepcional”, afirma.

Os agentes responsáveis pelo transporte dos adolescentes não podem utilizar arma de fogo, conforme legislação. Para Alcione, não é necessário a implantação do uso.

“Tanto as legislações internacionais quanto nacionais não preveem o uso de arma para o atendimento à criança e adolescente. Não acredito que o uso de arma seja a solução, acredito muito mais no processo de educação pedagógica e um processo onde fazemos toda as análises”, comenta.

Um adolescente foi baleado na cabeça Foto: TV Vitória

Na noite de terça-feira (27), um adolescente de 17 anos foi baleado na cabeça, na Serra. Ele estava foragido do Sistema de Internação, em Vila Velha. A presidente do Iases contou que não responde por adolescentes fora das unidades, mas garantiu que toda fuga é apurada pelas autoridades.

Já na última sexta-feira (23), seis adolescentes fugiram da internação metropolitana, em Xiru, Vila Velha. Quando um agente foi abrir o portão para tirar um adolescente, os dez que estavam na quadra correram e conseguira fugir. O agente acabou ferido.

A presidente do Iases afirma que existem momentos de tensão nas unidades. “A privação de liberdade te causa angústia, ansiedade e principalmente no inicio da medida. Então, é o momento em que eles estão mais tensionados, necessitando de um acompanhamento maior. Pode acontecer momentos que há uma briga, uma confusão entre eles, que desrespeitem o servidor”.

O sindicato da categoria reclama da precariedade, fugas e do sistema. “Só utilizamos algema e ainda assim para utilizar ela, você tem que justificar o uso. A gente só tem algema e mais nada. Os carros são totalmente fora do padrão do meio externo e não possui nenhum tipo de equipamento condizente com a segurança socioeducativa”.