A autora do vídeo falso em que caixões de supostas vítimas de covid-19 apareciam com pedras, em Belo Horizonte, poderá responder por três crimes e ser condenada a até nove anos de prisão. Além disso, a Justiça pode determinar o pagamento de multa, com valor a ser analisado pelo juiz.
Os peritos da Polícia Civil trabalham para localizar a responsável pela gravação que viralizou nas redes sociais na última semana. De acordo com o delegado Wagner Sales, a suspeita pode responder pelos crimes de denunciação caluniosa, difamação contra o prefeito de Belo Horizonte, que é citado na filmagem, e pela contravenção penal de propagação de pânico.
Na tarde desta terça-feira (05), durante coletiva para detalhar o processo de investigação, os delegados Wagner Sales e Rodrigo Damiano, do Primeiro Departamento de Polícia Civil da capital mineira, explicaram que o serviço de inteligência vai comparar sotaques de regiões do interior do Minas e monitorar dados de redes sociais para conseguir chegar até a suspeita.
Sales, que coordenador do inquérito, explica ainda que, embora a gravação possa ter sido feita em outro Estado, os policiais precisam seguir os sinais já detectados. Na filmagem, a mulher deixa a entender que fala de Minas Gerais. “A investigação sempre parte do princípio do mais fácil para o mais complexo. Nós vamos considerar que este sotaque seja verdadeiro e, em um segundo momento, caso não seja evidenciado, a gente passa para a possibilidade dele ter sido forjado”, disse.
O delegado lembra que as pessoas que compartilharam a gravação também podem receber as mesmas penas, já que se trata de um crime contra a honra.
Apelo
A Polícia Civil também fez um apelo para que a responsável pela gravação se apresente em qualquer delegacia para prestar esclarecimentos. Caso isto não aconteça, o delegado pode pedir a prisão preventiva da mulher ao final da investigação, mesmo sem a identificação da suspeita.
“O que a gente precisa e busca é saber os motivos e o porquê desse tipo de conduta no momento em que a sociedade passa por tanta dificuldade. As pessoas sofrem com as consequências econômicas e sanitárias do coronavírus e uma pessoa, de forma irresponsável e criminosa, vem nas redes sociais produzir, publicar e propagar esse tipo de vídeo”, explicou.
De acordo com a Polícia Civil, quem tiver informações sobre o paradeiro da mulher que aparece nas imagens pode denunciar, anonimamente, pelo telefone 181. Sales, contudo, pede ponderação por parte da população, para que não haja perseguições e exposição de pessoas inocentes.
Questionado se irá prestar queixa contra a mulher, o prefeito de Belo Horizonte, que é citado no vídeo, não se manifestou.
*Com informações do Portal R7!