Além da Delegacia da Mulher de Vitória, arrombada na madrugada desta quinta-feira (31), outra unidade da Polícia Civil na região metropolitana foi alvo de criminosos nesta semana. Na madrugada de quarta-feira (30), bandidos invadiram a 2ª Delegacia Regional de Vila Velha e furtaram duas armas e uma quantia em dinheiro, ainda não contabilizada.
A informação sobre o arrombamento da delegacia de Vila Velha foi confirmada pelo superintendente de Polícia Regional Metropolitana, Sérgio Mello. Segundo ele, indivíduos entraram por um pequeno buraco na parede, alcançaram o cartório e furtaram o material, que estava trancado em um armário.
“Foi notada a ausência de duas armas de fogo, que se encontravam em tramitação pela unidade, bem como alguns valores relativos a fiança e também de apreensões, cujo montante ainda está sendo objeto de inventário, para a definição desses valores”, destacou Sérgio Mello.
Apesar de confirmar o arrombamento, o superintendente não informou onde, na parede, o buraco foi aberto. Até agora a Polícia Civil identificou dois possíveis invasores.
Segundo o superintendente, imagens registradas por câmeras de segurança de estabelecimentos da região mostram os dois homens em atitude suspeita. Essas imagens também não foram divulgadas, pois ainda estão sendo analisadas.
Determinação
Em 2015, após uma onda de arrombamentos em delegacias na Grande Vitória, o então superintendente de Polícia Regional Metropolitana, delegado Cláudio Vitor, afirmou que armas e dinheiro não deveriam mais passar a noite nas delegacias, como forma de evitar novas invasões. No entanto, a determinação não estaria sendo cumprida.
Dois anos depois, com duas delegacias arrombadas e armas e dinheiro furtados, o atual superintendente afirmar que dará novamente a determinação.
“A partir dessa data, nós vamos reiterar a ordem para que armas e valores não permaneçam nessa unidade, que é meramente administrativa, por prazo superior ao necessário ao seu encaminhamento. Dessa forma, nós não teremos valores disponíveis para um novo ataque, além de providenciarmos, até que tenhamos condições seguras de prosseguir o nosso trabalho, uma vigilância, que a gente ainda não definiu como vai poder exercê-la”, ressaltou Sérgio Mello.
O superintendente frisou, no entanto, que os recentes arrombamentos não possuem semelhança com os ocorridos há dois anos. “Pelas circunstâncias em que se deram esses fatos atuais, não parece que estaríamos iniciando uma nova onda de ataques às polícias, na forma que ocorreu em 2015”, destacou.
Estrutura
Apesar de o superintendente ter confirmado um arrombamento à Delegacia Regional de Vila Velha, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol), Jorge Emílio Leal, garantiu que foram duas invasões à unidade policial, somente nesta semana.
Segundo o presidente do Sindipol, a infraestrutura precária da delegacia facilita as invasões. “Não tem condições de funcionar dentro de critérios mínimos, diante do quadro de ausência de investimentos, de recursos materiais e da estrutura da unidade policial, que está precária, combalida e comprometida. Então se a polícia não está conseguindo manter nem a segurança de suas próprias instalações, quem dirá da sociedade como um todo, que fica abandonada nas ruas, nas residências e nas suas empresas”, ressaltou Leal.
O superintendente de Polícia Regional Metropolitana disse que prefere não comentar as declarações do presidente do Sindipol. “A superintendência não tem nada a dizer sobre isso, porque uma opinião do sindicato é uma opinião meramente classista e a superintendência, bem como a chefia de Polícia Civil, não tem nada a comentar sobre uma opinião da entidade classista”. afirmou Sérgio Mello.