"Me senti uma bandida", disse Danielly. O advogado Amazias Santos explicou que a transfobia é crime inafiançável e imprescritível com pena de até 05 anos de prisão. Foto: Conexão Justiça
"Me senti uma bandida", disse Danielly. O advogado Amazias Santos explicou que a transfobia é crime inafiançável e imprescritível com pena de até 05 anos de prisão. Foto: Conexão Justiça

Uma boate localizada em Vila Velha foi condenada pela Justiça por barrar uma mulher trans de usar o banheiro feminino no estabelecimento.

A técnica de enfermagem Danielly da Silva de Oliveira conta que já havia sido revistada por uma agente feminina ao entrar na boate, e foi ao banheiro feminino duas vezes sem problema algum.

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Porém, na terceira vez, ela foi abordada por seguranças do estabelecimento e impedida de utilizar o banheiro feminino sem a apresentação de documento de identidade.

Eu me senti uma bandida! Porque eles me tiraram, me levaram para fora. Começaram a falar, exigir meu documento de identidade, mesmo eu já tendo passado pela revista da agente feminina e usado o banheiro duas vezes. Eu jamais imaginei passar por uma humilhação daquelas. Muitas pessoas viram e ficaram do meu lado, contou Danielly.

O caso foi parar na Justiça e a boate foi condenada ao pagamento de R$ 10 mil por danos morais. E ainda existe um outro processo correndo na esfera criminal por injúria racial.

“Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) caracterizou como racismo a homofobia e a transfobia, que é a discriminação por identidade de gênero e orientação sexual. Em 2023, o STF estendeu o entendimento de injúria racial à transfobia, permitindo ações individuais e aumentando a pena para cinco anos de prisão, além de torná-los crimes inafiançáveis e imprescritíveis”, explicou o advogado Amazias Santos.

A reportagem tentou contato com a boate, mas não conseguiu retorno.

Veja trecho da sentença:

CONFIRA NO VÍDEO ABAIXO A REPORTAGEM COMPLETA COM OUTROS DETALHES DESSE CASO

CONEXÃO JUSTIÇA

O Conexão Justiça é um projeto idealizado e apresentado pela jornalista Marcelle Altoé, que também é advogada. Além da publicação na coluna do jornal online Folha Vitória, as matérias vão ao ar na TV Vitória/Record toda quarta-feira no programa Cidade Alerta ES (18h) com reprise na quinta no ES no Ar (06h30).

As reportagens abordam problemas jurídicos de todas as áreas do Direito, sempre trazendo um especialista para dar dicas de como a pessoa pode resolver aquela situação.

Para participar basta enviar mensagem de texto para o WhatsApp do Conexão Justiça (27) 99877-0099 (apenas mensagens de texto. Não recebe ligações e nem áudios), para o e-mail [email protected] ou para os perfis do Instagram: @conexaojustica e @marcelle_altoe.

Marcelle Altoé

Formada em Jornalismo pela UFES, em Direito pela Faculdade Estácio de Sá de Vitória e possui títulos de pós-graduação em Direito Civil/Processo Civil e em Ciências Penais/Segurança Pública. Com quase 20 anos de experiência em telejornalismo, conquistou vários prêmios, inclusive nacionais. É idealizadora/autora do CONEXÃO JUSTIÇA, projeto pioneiro que leva informação jurídica de forma clara, objetiva e acessível ao cidadão.

Formada em Jornalismo pela UFES, em Direito pela Faculdade Estácio de Sá de Vitória e possui títulos de pós-graduação em Direito Civil/Processo Civil e em Ciências Penais/Segurança Pública. Com quase 20 anos de experiência em telejornalismo, conquistou vários prêmios, inclusive nacionais. É idealizadora/autora do CONEXÃO JUSTIÇA, projeto pioneiro que leva informação jurídica de forma clara, objetiva e acessível ao cidadão.