Depois da exibição da série “Cadê meu bebê?”, no Balanço Geral ES, da TV Vitória/Record, novas famílias surgem contando as mesmas histórias e órgãos do Estado se manifestam, prometendo respostas às vítimas.
São supostas mortes nunca entendidas, incoerências e falhas graves, falta de respostas e a esperança de encontrar a verdade.
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Nesta reportagem, serão mostradas a repercussão dos fatos com novas famílias que relatam histórias similares, e ainda verá o resultado prático da investigação feita pela TV Vitória nos poderes Executivo e Legislativo do Espírito Santo.
Foram dezenas de mensagens recebidas nos últimos dias e os relatos são os mesmos de Alair Hollunder, Rita Fabre e Maria da Glória.
“Me chamo Marlene das Graças Ramos. Aproximadamente no ano de 1968, minha irmã, Marli da Penha Ramos, foi dada como morta”.
“Meu nome é Amália e, em 1968, minha filha, que se chamava Anália, foi dada como morta no Hospital Infantil”.
“Meu nome é Maria Aparecida. Em 1967, o meu irmão, Eliomar Barbosa, foi internado em um hospital público de Vitória, e foi dado como morto”.
“Meu nome é Alessandra, sou irmã de José Carlos, que, no ano de 1964, foi internado no Hospital Infantil de Vitória e foi dado como morto”.
“Meu nome é Ana e, no ano de 1969, a minha filha Marilda foi dada como morta no hospital público de Vitória, mas, eu nunca enterrei”.
Ciente da repercussão, a polícia se mobiliza para o início de uma verdadeira força-tarefa.
A gente já está fazendo alguns levantamentos, e já temos algumas informações preliminares, para dar continuidade as investigações. Não existe crime de desaparecimento, mas, a gente está analisando para ver se encontramos a resposta à sociedade, sobre o sumiço dessas crianças nos anos 1960. Estamos encaminhando os ofícios para ter a documentação necessária e vamos começar a realizar as oitivas, disse o delegado Luiz Gustavo Ximenes.
Segundo o delegado, caso os crimes de esquema de desvio de crianças em hospitais de Vitória na ditadura sejam comprovados, eles podem estar prescritos.
“Talvez tenha ocorrido algum crime a gente tem que apurar, mas pode ser que tenha ocorrido a prescrição”, afirmou o delegado.
Nesta semana, a Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) anunciou que também está investigando o desaparecimento dos bebês.
A apuração está em fase preliminar, mas visa dar as respostas às famílias que, até hoje, se perguntam: “Cadê meu bebê?”.