Quando se fala em violência contra a mulher no Espirito Santo, os números preocupam. De acordo com a Secretaria de Segurança Publica do Estado, de janeiro até esta terça-feira (16), 12 mulheres foram mortas vitimas de feminicídio. Para mudar essa realidade, a Prefeitura de Vitória está realizando uma campanha para incentivar vizinhos a denunciar os casos de violência doméstica.
A campanha “Conectadas e Protegidas” tem o objetivo de trabalhar diversos temas para coibir a violência contra as vítimas, principalmente neste período de pandemia do novo coronavírus.
A delegada Michele Meira, da Gerência de Proteção à Mulher da Secretaria de Segurança Pública do Estado, lembra que quem presenciar um tipo de violência e não denunciar pode sofrer punições. “Quando alguém ver alguma mulher sendo agredida, pedindo ajuda, é preciso que a pessoa denuncie em especial, pelo 190 e acione a autoridade pública. A gente tem no código penal, o crime de omissão de socorro que prevê pena de até 6 meses de reclusão”, explica.
A secretária de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho, Renata Freire, explica que assuntos como assédio nos coletivos, divisão de tarefas dentro de casa e locais para buscar ajuda em caso de agressão serão divulgados na internet e também em pontos estratégicos de Vitória.
“O nosso plantão tem funcionado de segunda à sexta-feira de 12h às 19 horas através do telefone 99520-1927. Através desse canal, as mulheres possuem a oportunidade de buscar atendimento e orientações quando se sentem vítimas da violência doméstica”, conta.
A delegada destaca também que a maioria dos casos de feminicídio começam com as agressões dentro de casa. “Quando a gente chega em estado de feminicídio, já houve indícios de violência. A gente sempre pede para denunciar, pois a gente pode incluir a vitimas em projetos de apoio”, orienta.
Celina Conceição Braz, de 25 anos, foi uma das vítimas do feminícidio. Ela foi espancada até a morte, dentro da casa em que morava com o marido em Rio Marinho, Cariacica. De acordo com a polícia, Celina foi agredida com socos e chutes principalmente na região da cabeça, pelo próprio companheiro.
Segundo as investigações, a vítima teria gritado durante 2 horas seguidas, mas nenhum dos vizinhos acionou a polícia. Familiares contaram para a polícia que Celina tinha voltado a morar com o marido há duas semanas. Eles estavam afastados por conta de uma briga.
*Com informações do repórter da TV Vitória/Record TV, Vitor Moreno.