Neste mesmo dia 23 de outubro, há nove anos, cerca de 60 milhões de eleitores brasileiros optavam por não proibir a venda de armas de fogo no território nacional. Mesmo com a rejeição, uma lei anterior ao referendo – o Estatuto do Desarmamento – elevou o nível de dificuldade para aquisição e renovação de registro de armas no Brasil e veio de encontro à vontade popular.
Pesquisas apontam que a Segurança Pública é a segunda maior preocupação dos brasileiros, ficando atrás apenas da Saúde. Mas, segundo o coordenador da Campanha Estadual de Desarmamento nos Espírito Santo, Alessandro Daros, as ações para o desarmamento são voltadas para evitar que cidadãos de bem se tornem criminosos por ter uma arma à mão em um momento de nervosismo.
“No ano passado, 40% dos homicídios dolosos no Estado foram passionais, motivados por banalidades; pessoas que não eram criminosas matam por ter uma arma na mão e uma cabeça quente. A intenção de desarmar é justamente evitar esses crimes”, contou o coordenador.
Para reduzir ocorrências desse tipo, em 2011 foram instituídas campanhas de entrega de armas voluntariamente nos Estados. De lá pra cá, 500 mil armas foram recolhidas, quase 1.500 delas no Espírito Santo. Somente este ano, foram arrecadadas 379 armas voluntariamente nos mais de 60 postos de recebimento, o que representa cerca de 10% do total apreendido no Estado.
Recolhimento no interior
A Campanha Estadual de Desarmamento possui um posto itinerante que circula pelos municípios do Estado para recolher armamento não legalizado da população. Daros afirmou que cada arma entregue possui uma história. “São heranças de família, garruchas antigas, revólveres de mais de trinta anos que ainda estão na caixa”, disse.
O coordenador enfatizou que nenhum tipo de teste é feito com o material entregue e que trata-se de uma “oportunidade do cidadão entrar em consonância com a lei”.