Uma igreja foi arrombada em Viana Sede na madrugada da última terça-feira (07). Os criminosos invadiram a cantina da paróquia e furtaram aparelhos eletrônicos e até uma botija de gás.
A Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição ficou bastante movimentada durante dez dias por conta da festa do Divino Espírito Santo. Houve missas, carreatas e apresentações, além de novenas e celebrações. A programação foi encerrada no domingo e, na madrugada do dia seguinte, houve a invasão.
O criminoso quebrou um cadeado para ter acesso à cantina. Foram levados liquidificador, panelas de pressão, ferro elétrico, misteiras e até a botijas de gás.
Pela manhã, um homem passou e observou que o portão estava quebrado. Ele avisou a coordenação da igreja que encontrou a cantina toda revirada. Além do prejuízo com os produtos roubados, foi necessário fazer reparos no portão.
De acordo com a Polícia Militar, buscas foram realizadas, mas nenhum suspeito foi detido. A Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado.
Pelo menos cinco igrejas foram furtadas nos últimos dois meses
Um levantamento feito pela produção da TV Vitória/Record TV mostra que pelo menos cinco igrejas foram furtadas nos últimos dois meses.
Há pouco mais de uma semana, criminosos entraram em uma igreja, localizada em Itaparica, em Vila Velha, duas vezes em menos de 10 horas e furtaram objetos e fios.
“Uma pessoa que não se importa com nada. Você vê uma pessoa que consegue deitar em cima de um caco de vidro, cortar uma cerca elétrica e passar por tudo isso para roubar cabo, é impressionante”, disse o pastor da igreja invadida Claudio Guimarães.
Para a Polícia Civil, a flexibilidade das leis e o aumento da quantidade de moradores de rua têm ligação direta com esse aumento. Após dois anos de pandemia de covid-19, os reflexos apareceram.
A própria polícia percebeu que o número de furtos e roubos disparou de 2020 para cá. E nem mesmo os templos religiosos escapam das ações criminosas.
“Apesar de não termos especificamente uma estatística para templos religiosos porque eles (os furtos) entram em outros registros, nós temos percebido realmente uma incidência em furtos em estabelecimentos religiosos”, afirmou o delegado Marcelo Nolasco.
Segundo ele, as pessoas que passaram a viver nas ruas e os usuários de drogas também estão em uma maior quantidade.
“Nos temos essa situação de pandemia com muitas pessoas morando na rua, a população cresceu. É claro que é uma pequena parcela apenas que infringe a lei, mas essa pequena parcela infringe a lei de forma reiterada”, salientou.
Além disso, o delegado afirma que atualmente nas audiências de custódia, praticamente todas as pessoas que são presas em flagrante por furto são soltas no dia seguinte.
De acordo com Nolasco, muitas igrejas ficam de portas abertas, tanto durante o dia quanto a noite, para receberem fiéis e visitantes. Por causa deste fato, os templos são mais vulneráveis para os furtos.
“Você tem um lugar que é aberto ao público, onde deixam aberto para que as pessoas possam frequentar. Então, esse criminoso se aproveita dessa facilidade para furtar o que ele encontra ali”, disse o delegado.
Até mesmo um delegado experiente, como Marcelo Nolasco, se surpreende com o fato de nem mesmo os lugares sagrados serem poupados. Ele diz que está na polícia há 23 anos e que, no início da carreira dele, houve um furto em uma igreja no interior do Espírito Santo, ele contou que foi um escândalo na ´época.
“Nós vivemos uma geração de completa falta de valores, as pessoas não têm valores familiares e religiosos”, afirmou.
*Com informações das repórteres Danielle Cariello e Nathália Munhão da TV Vitória/Record TV