Polícia

Cão da raça american bully é morto com tiro na cabeça em operação policial

Segundo o militar, o cachorro, chamado Bradock, o atacou durante uma confusão em uma residência. A tutora diz que ele era "dócil e carinhoso"

Foto: Reprodução / Redes Sociais

Um cão da raça american bully, de 1 ano e meio, foi morto com um tiro na cabeça durante uma operação policial em Vila Cauhy, Núcleo Bandeirante, no Distrito Federal.

Segundo o policial, o cachorro, chamado Bradock, o atacou durante uma confusão em uma residência. 

De acordo com o relato oficial, agentes da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) faziam uma patrulha na região, na manhã de quinta-feira (9), quando perceberam um suspeito jogando um pacote em um terreno. 

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!

Ao desconfiarem da existência de drogas no pacote, os militares foram até a residência, porém os moradores informaram que não havia nada de anormal no local. Apesar disso, os policiais entraram na casa, alegando que seria um flagrante. 

Devido à entrada forçada, os residentes iniciaram uma discussão com os militares já dentro do domicílio, enquanto buscavam as drogas.

Drogas não foram encontradas na casa

Durante a confusão, um dos policiais teria se surpreendido com o cão e disparado contra ele. Nenhuma droga foi encontrada na residência. 

Quando questionada acerca do comportamento do policial, a PMDF informou que o militar teria sido atacado pelo cachorro de grande porte durante uma operação de tráfico de drogas. Segundo ele, o único tiro foi desferido em sua defesa. 

“Cachorro dócil, carinhoso”, diz tutora

Foto: Reprodução redes sociais

Já segundo a manicure e tutora do animal, Maria Edilene, de 48 anos, o cachorro não teria tido nenhuma reação, nem atacado o agente, e morreu na hora. A mulher contou ainda que Bradock era amável e carinhoso. 

“Não estou conseguindo lidar com nada. Quero justiça! Já registrei ocorrência, mas quero justiça. Ele matou um membro da família, um cachorro dócil, carinhoso, nunca avançou em ninguém. Brincava com todas as crianças da rua, e morreu dessa forma tão cruel. Ele deu um tiro na cabeça do meu cachorro. Ele tinha a intenção de matar”, destacou a manicure em entrevista.

Após atirar contra o cachorro e não encontrar o suspeito ou as drogas, os policiais saíram. No entanto, segundo a mulher, logo voltaram para tentar levar o corpo de Bradock, mas a família não autorizou a entrada dos agentes. 

LEIA TAMBÉM: PM mata cachorro que o impedia de sair da casa da mãe, em Vitória

A PMDF alegou também que, assim que o animal foi atingido, residentes e moradores da região teriam ido para cima dos agentes, com o objetivo de auxiliar o homem suspeito de tráfico, que logo fugiu. Esta afirmação foi negada pelos tutores de Bradock, que afirmaram estarem aguardando a perícia antes de permitir a entrada dos policiais. 

Durante a operação, sete pessoas foram detidas por desacato, desobediência e auxílio no escape do homem suspeito.

LEIA TAMBÉM: Policial de Minas atira e mata cachorro que passeava com família em Guarapari

Segundo Ana Paula Vasconcelos, vice-presidente da Comissão de Defesa dos Animais da OAB-DF, é preciso que o agente faça exames no Instituto Médico Legal (IML). 

“É necessário, inclusive, para esclarecimento dos fatos e defesa do próprio policial, que seja feito exame de corpo de delito, porque se o cachorro atacou, se o cachorro mordeu, tem que ter vestígio. Então isso no inquérito policial é muito importante”, afirmou em entrevista.

No momento, a PMDF está investigando a ocorrência de maus-tratos ao animal.