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Um carpinteiro de 54 anos foi preso em casa, na manhã desta quarta-feira (25), em Vitória, suspeito de manter relações sexuais com a sobrinha-neta, uma menina de apenas 13 anos. O homem teria, inclusive, engravidado a adolescente. Segundo a polícia, um exame de DNA comprovou que o filho da jovem, que morreu ainda no útero da mãe, era do tio-avô.
De acordo com a polícia, os estupros se estenderam por cerca de oito meses. A menina era criada pela avó, irmã do acusado, e por uma tia, mas ia à casa do suspeito com frequência, para ajudar nos trabalhos domésticos, já que ele morava sozinho.
O suspeito admite ter cometido o crime, mas alega que não fez nada forçado. “Nunca imaginei que eu fosse fazer isso, mas aconteceu. Aconteceu porque ela quis mesmo. Não foi nada forçado”, disse.
O titular de Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegado Lorenzo Pazolini, afirmou, no entanto, que o fato de as relações terem sido consentidas pela vítima não desconfigura o crime. “Existe a presunção legal. Ela era menor de 14 anos, então o crime está configurado”, explicou.
As desconfianças por parte da família começaram no final de 2013, quando a menina, hoje com 16 anos, começou a passar muito mal dentro de casa. Segundo familiares, ela tinha enjoos e cólicas frequentes, estava sempre desanimada, dormia muito e também estava engordando.
Segundo a polícia, a vítima tinha medo de falar sobre os abusos para a família, pois teria sofrido ameaças por parte do tio-avô. “Ela sofria ameaças por parte do autor, que dizia que iria retirar a vida da avó dela”, ressaltou o delegado.
A avó da menina decidiu então levá-la ao posto de saúde do bairro, onde um médico confirmou que a garota, na época com 14 anos, estava grávida de sete meses. No entanto, o bebê tinha má formação e já estava morto.
A família procurou a DPCA e o primeiro suspeito apontado foi justamente o tio-avô. Um exame de DNA comprovou que o bebê era mesmo filho do carpinteiro. Ele, no entanto, afirma que não sabia da gestação da menina. “Ninguém sabia. Ela escondia a gravidez de todo mundo”, alegou.
Segundo a polícia, foram quase três anos até que o inquérito fosse concluído. Com a prisão preventiva decretada pela Justiça, o acusado será encaminhado para o Centro de Triagem de Viana.