Polícia

Casal de oficiais do Exército é preso por retirar munições de quartel em Campinas

Informações não confirmadas pelas Forças Armadas dão conta de que outras 460 munições de calibre 7,62 mm também teriam sido levadas do 28º BIL, mas não estavam no carro do capitão

Foto: Divulgação

Um casal de militares do Exército foi flagrado, na noite de sábado, 18, transportando irregularmente munições de fuzil retiradas do 28º Batalhão de Infantaria Leve (28º BIL), em Campinas, no interior de São Paulo.

O carro dos suspeitos, um capitão de 34 anos e sua mulher, uma tenente de 30 anos, foi abordado pela Polícia Rodoviária Estadual no km 67 da Rodovia D. Pedro I, em Atibaia. Eles levavam 1.397 munições de fuzil retirados sem autorização do 28º Batalhão de Infantaria Leve (BIL), de Campinas, onde os dois militares eram lotados.

A munição estava no interior de uma bolsa, no compartimento traseiro do automóvel, que era dirigido pelo capitão. Conforme a Polícia Civil, o casal voltava do Rio de Janeiro e seguiria para Campinas quando foi detido. Os policiais rodoviários disseram ter recebido uma denúncia sobre o transporte de material ilícito no carro, que passou a ser monitorado.

Na bolsa, foram encontradas 28 caixas de munição de calibre 556 x 45 milímetros, da marca CBC, pertencente ao Exército. Já na bolsa pessoal da tenente, os policiais acharam R$ 3.620 em dinheiro.

O casal foi levado para a delegacia da Polícia Civil em Atibaia. A tenente permaneceu em silêncio, mas o capitão alegou que havia retirado as munições para ministrar um curso de tiro. Ele disse que iria repor o material posteriormente. O casal recebeu voz de prisão pelo porte ilegal de munições de uso restrito. A Polícia Civil acionou os representantes do Exército.

Os dois foram levados para o 2º BIL, em Campinas, onde passaram a noite. No domingo, 19, o casal foi transferido para o 2.o Batalhão de Polícia do Exército em Osasco, na região metropolitana de São Paulo. Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para apurar o fato.

Conforme o que já foi apurado, o capitão tinha livre acesso às munições de uso reservado do Exército em virtude de sua atividade profissional, mas não tinha autorização para retirar a munição do quartel. Informações não confirmadas pelas Forças Armadas dão conta de que outras 460 munições de calibre 7,62 mm também teriam sido levadas do 28º BIL, mas não estavam no carro do capitão. A suspeita é de que tivessem sido vendidas pelo casal no Rio de Janeiro, o que explicaria o dinheiro em posse da tenente.

Em nota, o Comando Militar do Sudeste confirmou a prisão dos dois oficiais por transporte irregular de munições. “Após formalidades legais, os oficiais foram transferidos para unidade carcerária do Exército, onde permanecerão presos à disposição da justiça. Procedimentos administrativos já foram instaurados para apuração dos fatos”, diz a nota.

“Cabe ressaltar que o Exército Brasileiro não compactua com qualquer tipo de conduta ilícita por parte de seus integrantes, repudiando veementemente atitudes e comportamentos em conflito com a lei, com os valores militares ou com a ética castrense”, conclui.

“Quando consideramos o acumulado dos quatro primeiros meses, as apreensões de fuzis de 2019 foram as maiores dos últimos 12 anos”, informou o ISP.

Crimes contra a vida

Também em abril 356 pessoas foram vítimas de homicídio doloso. O número representa queda de 25% nos indicadores desse tipo de crime contra a vida, se comparado ao mesmo período do ano passado. Conforme o ISP, esse foi o menor número para o mês nos últimos quatro anos. Na comparação trimestral – de fevereiro a abril -, o recuo é de 28%.

Outro indicador que apontou redução foi o de letalidade violenta, que inclui os crimes de homicídio doloso, roubo seguido de morte, lesão corporal seguido de morte e morte por intervenção de agente do Estado. Foram 492 em abril de 2019, enquanto no mesmo mês do ano passado eram 593 vítimas. Na comparação de fevereiro a abril, a queda ficou em 19%.

Os roubos seguidos de morte, que são os casos de latrocínio, também tiveram recuo. Em abril deste ano houve 11 vítimas em abril, três a menos do que no mesmo mês em 2018. Na comparação trimestral, a queda ficou em 45%.

Cargas e veículos

A tendência de redução permaneceu também nos crimes contra o patrimônio como roubos de cargas e de veículos. Em abril de 2019, foram roubadas no estado 667 cargas. O resultado indica queda de 25%, se comparado com o mesmo período de 2018. Já na comparação trimestral – de fevereiro a abril -, a queda é de 24%. Os casos de roubos de veículos tiveram 3.755 registros, uma queda de 19% no mês passado em relação ao mesmo período de 2018. Em 2018 foram 4.656, mas na comparação trimestral, a queda ficou em 25%.

Os roubos de rua, que juntam os números de roubo a transeunte, roubo em coletivo e roubo de aparelho celular, alcançaram 11.067, que significa estabilidade na comparação de abril deste ano com o mesmo mês de 2018, mas em relação a março deste ano houve queda de 7%.