Polícia

Caseiro morto na Serra: vítima pediu ajuda ao vizinho antes de ser baleada

O amigo de Izaac Ferreira Gama estava com ele no momento do disparo e disse que eles não estavam invadindo a propriedade em Serra Sede, mas sim pedindo ajuda

Foto: Whatsapp TV Vitória/Arquivo Pessoal

O caso policial que culminou na morte do caseiro Izaac Ferreira Gama, de 62 anos, em um sítio na localidade de Tabuleiro, na zona rural de Serra Sede, ganhou uma nova versão.

Um amigo da vítima conversou com a TV Vitória/Record TV e contou que ele e Izaac não estariam invadindo o terreno, mas sim pedindo ajuda. Ele também revelou que, após ser baleado, o amigo ainda tentou se justificar.

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Inicialmente, a informação era de que o caseiro vizinho, após ver dois homens na propriedade que toma conta, teria atirado contra esses supostos invasores. Um foi baleado e morto, e o outro fugiu.

Porém, em entrevista, o pedreiro Antônio Marcos Ferreira, que é amigo de Izaac, disse que houve um grande mal-entendido.

Versão de amigo do caseiro assassinado

Izaac trabalhava em um sítio como caseiro e recebeu Antônio Marcos Ferreira no local, no último sábado (18).

Durante a noite, os dois foram acordados pelo barulho de um carro e, com medo, decidiram fugir da propriedade em que estavam.

Em meio à escuridão, os dois amigos foram até o sítio mais próximo para pedir ajuda.

Antônio contou que Izaac bateu na janela do sítio e pediu socorro. Dentro da casa havia outro caseiro com a esposa.

Assustado com a chegada dos dois homens na propriedade, o caseiro atirou no escuro. O disparo atingiu o peito de Izaac, que não resistiu e morreu no local.

O caseiro que atirou chegou a se desculpar pelo ocorrido e tentou socorrer o vizinho baleado, mas Izaac não resistiu e morreu.

Temendo pela própria vida, o pedreiro Antônio Marcos fugiu do local, entrou no mato e andou por vários quilômetros.

Segundo informações apuradas pela repórter Suellen Araújo, da TV Vitória/Record TV, quando a polícia localizou o corpo de Izaac, ele estava sem documentos de identificação.

Os familiares da vítima contaram que um dia antes de ser assassinado, ele deixou uma mochila na casa de um amigo. Dentro da mochila estão documentos e itens pessoais que serão levados para o DML.

“A mãe dele ainda não sabe e ela tem 90 anos. Eu estou pensando como vai chegar o cair da tarde para fazer essa explicação para ela”, contou Antônio.

O dono do sítio esteve no sítio na manhã de domingo (19), onde toda a situação aconteceu, e preferiu não ser identificado. Ele disse que, após o disparo que atingiu o peito de Izaac, o funcionário ligou para a polícia e aguardou a chegada dos militares.

Familiares contaram que o medo de Izaac era ser rendido durante um assalto, já que no começo deste mês, ele foi feito refém durante um roubo na antiga propriedade em que trabalhava.

Após a morte de Izaac, Antônio se diz arrasado. Resta somente as lembranças de um amigo leal e muito trabalhador.

“Ele era bom amigo, trabalhador e todo mundo gostava dele lá em casa e nós tratávamos ele como irmão. Pode falar que é irmão de sangue. Não fazia nada de errado, sempre fazia as coisas certas”, lamentou o pedreiro.

O caseiro que atirou em Izaac foi ouvido pela polícia e liberado.