Os últimos dias de vida de Luana Demonier foram marcados pelo medo e a insegurança. Aos 25 anos, a jovem foi cruelmente assassinada. O principal suspeito é o ex-companheiro, identificado como Rodrigo Pires. O crime foi o fim de uma história de amor repleta de traumas.
Os amigos de Luana foram testemunhas do sofrimento e das ameaças vivenciadas pela jovem. Em um grupo em um aplicativo de mensagens, a vítima fez desabafos. Em um dos áudios, Luana relatou que era perseguida.
“Meninas, eu acabei de acionar a Polícia Militar, porque tá parecendo muito o Rodrigo (o rapaz que) está na frente da minha casa. Não tem como eu ver, porque tá escuro”, relatou a jovem.
No ano passado, Luana conseguiu na justiça uma medida protetiva contra o ex-companheiro. De acordo com os amigos, a determinação nunca foi cumprida pelo suspeito. “Quem tá me procurando de novo? Rodrigo! Estava aqui no ponto minha casa”, disse a jovem em outro áudio.
Os amigos mais próximos contaram que Luana foi vítima de torturas psicológicas durante quase um ano. Desgastada emocionalmente, Luana mostrava a sua fragilidade.
Ela tinha 22 anos quando conheceu Rodrigo, na época com 36 anos. Apaixonada e descobrindo a vida, a jovem aceitou o convite do homem para eles morarem juntos. O casal teve uma filha, que morreu aos cinco meses. Segundo os amigos, a jovem sempre lembrava da menina e falava sobre a saudade.
O relacionamento não deu certo. A jovem começou a se sentir intimidada e procurou a polícia. Na ocasião, Luana contou que terminou o relacionamento porquê o rapaz não ajudava nas despesas domésticas e era viciado em álcool e jogos de azar.
O irmão do suspeito conversou com a equipe de reportagem da TV Vitória/Record TV. Ele afirma que sempre aconselhava Rodrigo a deixar Luana seguir a vida dela. “Depois que faleceu a menininha, ela não quis mais nada com ele. Ela chegou a falar para ele seguir a vida. Eu cheguei a conversar com ele. Disse: ‘olha, ela tem os direitos dela. Deixa a menina viver a vida dela'”, contou.
De acordo com o irmão, Rodrigo nunca escondeu o desejo de vingança pelo fim do relacionamento. Ele chegou a alertar Luana sobre o crime. “No domingo, ele chegou para mim e falou que eu ia ter uma notícia ruim. Disse que ia matar ela e se matar. Na segunda-feira eu avisei ela”, revelou o irmão.
O rapaz chegou a ser preso após não cumprir a ordem de afastamento da vítima. Os familiares acreditaram que ele poderia mudar, o que não aconteceu. Com o final da história, coube ao irmão lamentar a morte de Luana e pedir perdão em nome da família. “A gente pede perdão e espera ser perdoa. Não tivemos culpa. A gente estava tentando ajudar. Eu estava colaborando”.
Luana foi sepultada na tarde de quarta-feira (10), no mesmo cemitério onde a filha foi enterrada, em Vila Velha. O suspeito confessou o crime e se entregou a polícia. Ele foi preso em flagrante e levado para o Centro de Triagem de Viana.
*Com informações da repórter Suellen Araújo, da TV Vitória/RecordTV