Polícia

Caso perito Marvila: testemunhas começam a ser ouvidas nesta semana

O perito criminal aposentado Celso Marvila desapareceu em 2022 e o carro dele foi encontrado incendiado em Vila Velha; investigação concluiu que foi assassinato

Foto: Arte/Folha Vitória

O julgamento do caso da morte do perito criminal aposentado Celso Marvila Lima, de 64 anos, foi iniciado nesta segunda-feira (11) e testemunhas devem ser ouvidas até a próxima segunda-feira, dia 18 de março.

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Desaparecido no dia 3 de agosto de 2022, o perito, que também presidia o Jockey Club de Vila Velha, foi assassinado por desavenças com os suspeitos. Ele realizava negociações para vender o clube, conforme apontou a investigação da Polícia Civil. O corpo, no entanto, não foi encontrado.

Cinco meses após o crime, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) denunciou quatro suspeitos da execução: o sargento do Corpo de Bombeiros, Wenos Francisco dos Anjos; o irmão dele, Wesley Francisco dos Anjos; Milton Cândido da Silva Filho e Lucas dos Santos Lage

Na primeira audiência, na segunda-feira (11), foram ouvidos o delegado e demais policiais civis da investigação. Já nesta terça-feira (12), serão ouvidas outras testemunhas preservadas e envolvidas na denúncia.

A partir de quarta-feira (13) até o dia 15 de março, o tribunal ouvirá as testemunhas escolhidas pelas defesas de cada denunciado. Já no dia 18 de março serão feitos os interrogatórios.

O caso é julgado na 4ª Vara Criminal de Vila Velha, pela juíza Ana Amélia Bezerra Rego.

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Os quatro suspeitos foram denunciados por homicídio, ocultação do cadáver da vítima, por subtraírem o anel de ouro do perito, por fraude processual — por conta de terem manipulado de forma artificiosa o local do crime, de onde foram retirados o corpo e outros vestígios e evidências —, além de supressão de dados dos celulares, na tentativa de dificultar as investigações e induzir os peritos e o juiz ao erro.

Os réus são serão julgados pelos seguintes crimes do Código Penal:

Art. 121, §2º, incisos I e IV: matar alguém; mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, com aumento de pena em um terço, sendo doloso o homicídio, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

Art. 155, §4º, inciso IV e §4º-C, inciso II: Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel; furto qualificado mediante concurso de duas ou mais pessoas, com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza. 

Art. 211: Destruir, subtrair ou ocultar cadáver, ou parte dele. Reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 347: Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito. Detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Relembre o caso

O perito aposentado da Polícia Civil, Celso Marvila Lima, de 64 anos, desapareceu no dia 3 de agosto de 2022. Celso foi visto pela última vez ao sair do Jockey de Itaparica, em Vila Velha.

Cerca de duas horas após sair da região, o carro dele foi encontrado incendiado no bairro Xuri. No veículo estava um celular, que também foi destruído. 

Celso atuou como perito na Polícia Civil por mais de 42 anos e se aposentou em 2020, quando passou a dedicar tempo para sua paixão: os cavalos. Frequentador e sócio do Jockey de Itaparica há cerca de 40 anos, ele também era presidente do clube.

Segundo os funcionários, a rotina de Celso era quase sempre a mesma pela manhã, mas no dia do desaparecimento, ele teria ido para o local já parte da tarde.

Com as investigações, a Polícia Civil concluiu que o perito foi assassinado em um pavilhão do Jockey de Itaparica, em Vila Velha, no dia 3 de agosto. 

Pelo menos três funcionários do estabelecimento viram Marvila com vida por volta das 17h no interior do Jockey. A polícia então, concluiu, que o perito aposentado foi morto entre o período de 17h a 18h30. 

Por meio de câmeras de videomonitoramento, foi possível identificar veículos de suspeitos de envolvimento no crime.

A equipe de reportagem busca contato com os advogados de defesa dos réus. O espaço segue aberto para manifestação do posicionamento. O texto será atualizado.

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Carol Poleze, repórter do Folha Vitória
Carol Poleze Repórter
Repórter
Graduada em Jornalismo e mestranda em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).