Thayná Andressa de Jesus morreu há exatamente dois anos. A ossada da menina foi encontrada em um brejo de Viana, depois de ser sequestrada, estuprada e morta, aos 12 anos.
Além da dor de perder a filha de forma tão brutal, a mãe dela, Clemilda Aparecida de Jesus, chora por até hoje o julgamento do acusado pela polícia, Ademir Lúcio Ferreira, de 55 anos, ainda não ter sido marcado. “É difícil saber que eu tenho que matar um leão por dia todos os dias, enquanto ele vive bem, sabe? Ele come, ele bebe, ele dorme, ele passa por médico, ele tem direitos… E eu não tenho não”, lamenta a Clemilda de Jesus.
Na casa de Clemilda, existem muitas lembranças de Thayná. Há fotos expostas na sala e a mãe da menina disse que elas não moravam no local, na época do crime. Quando se mudou para a casa atual, Clemilda levou tudo que havia no quarto da filha. “Eu sinto falta dela o tempo todo. Eu vi ela me pedir a benção, eu vi ela me pedindo para fazer massagem em mim, ouvi ela falar para mim que me amava. Não tem palavras, sabe? As palavras são insuficientes para conseguir explicar. Ele acabou com a vida da minha filha e destruiu a minha junto”, disse a mãe da Thayná.
As últimas imagens da menina viva, mostram quando Thayná entra em um carro. A polícia apontou que o veículo era de Ademir Ferreira. Pouco mais de um mês depois, o homem foi preso e já era considerado o principal suspeito de matar a menina. “Não ter julgamento machuca muito. É muito dolorido você saber que alguém entra na sua vida abruptamente e destrói a sua vida”, afirmou Clemilda.
O advogado que é assistente de acusação da família da Thayná, explicou que o julgamento de Ademir Ferreira não foi marcado ainda porque a defesa do acusado entrou com recurso no Tribunal de Justiça do Espirito Santo (TJES). “Ele está questionando, na verdade, a pronúncia que foi feita em Viana. Eles discordaram da pronúncia e entraram com recurso no sentido de travar ou atrasar alguma coisa, parece que é isso. Não sei porque a defesa tem esse direito, o réu tem esse direito, e a gente tem que obedecer a lei. Mas, todas as provas, mostram que ele é o responsável pelo ato que aconteceu em Viana”, explicou Jefferson Campana.
Na última quarta-feira (16), uma lei assinada pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, foi publicada e dá o nome de Thayná Andressa de Jesus a um trecho da rodovia BR-262, em Viana sede.
Outro lado
A reportagem não conseguiu localizar a defesa do acusado Ademir Lúcio Ferreira. De acordo com o andamento do processo no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), ainda não há data marcada para o júri.
Com informações da repórter Milena Martins, da TV Vitória/Record TV!