A investigação sobre o assassinato de Vitória Regina de Souza, de 17 anos, revelou que o suspeito, Maicol Antonio Sales dos Santos, vinha acompanhando a rotina da adolescente por meio das redes sociais. Segundo a Polícia Civil, ele demonstrava obsessão pela vítima e agiu sozinho no crime.
Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (18), o delegado Luiz Carlos do Carmo, diretor do Departamento de Polícia da Macro São Paulo (Demacro), afirmou que Maicol confessou o homicídio e que não há indícios da participação de outras pessoas.
Fica claro que somente ele praticou esse crime. Ele deu sua versão e é evidente que era obcecado pela vítima.
LEIA TAMBÉM:
Polícia prende dois suspeitos de matar professor de jiu-jítsu
Condenado por morte de médica tenta reduzir pena após prestar o Enem
A polícia destacou que uma pessoa como Maicol não conseguiria agir em conjunto. “Geralmente, eles são extremamente narcisistas, egocêntricos e controladores. Não conseguiriam estabelecer empatia ou lealdade entre si, o que geraria embates”, disse
Os laudos do Instituto Médico Legal (IML) apontaram que Vitória morreu em decorrência de uma hemorragia traumática. O corpo da adolescente, localizado em 5 de março, apresentava ferimentos no pescoço, tórax e rosto.
Monitoramento virtual e planejamento antes de assassinato de Vitória
A polícia apurou que Maicol acompanhava Vitória desde o início do ano e que teve acesso a uma publicação em que a jovem relatava estar sozinha a caminho do ponto de ônibus. Ele sabia que o carro do pai dela estava quebrado e utilizou essa informação para abordá-la.
Durante a perícia no celular do suspeito, os investigadores encontraram registros de cerca de 50 mulheres com características semelhantes às de Vitória. Apesar de Maicol ter tentado apagar as imagens, elas foram recuperadas por meio de uma ferramenta especializada.
“Eram pessoas muito parecidas com ela”, disse o delegado.
Além disso, fotos de facas e de um revólver também estavam armazenadas no aparelho. A suspeita é de que ele tenha usado a arma para forçar a jovem a entrar no veículo.
O carro, um Toyota Corolla, foi visto na área onde Vitória desapareceu. Análises revelaram manchas de sangue no porta-malas, local onde a polícia acredita que o assassinato ocorreu.
Confissão e contradições
De acordo com o delegado, Maicol assinou um documento no qual confessa o crime, alegando que teve um desentendimento com a vítima. Ele afirmou que desferiu os golpes de faca durante a discussão e que não contou com a ajuda de ninguém.
A versão dele, no entanto, ainda é analisada pelos investigadores, que não descartam a possibilidade de envolvimento de terceiros.
Vitória desapareceu após sair do trabalho em um shopping na cidade de Cajamar, na Grande São Paulo. Na noite do crime, a jovem enviou mensagens a uma amiga relatando que estava com medo de estar sendo seguida.
A Justiça decretou a prisão temporária de Maicol no dia 8 de março. Outras duas pessoas chegaram a ser investigadas, mas, segundo a polícia, não tiveram participação confirmada no caso.
*Com informações do Portal ND e R7