O ano de 2016 ainda nem terminou, mas um balanço divulgado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Vitória mostra um número alarmante: dos 771 inquéritos instaurados pela DPCA de janeiro a outubro, 617 são referentes a estupros.
No mesmo período 46 pessoas foram presas por envolvimento em crimes de violência sexual envolvendo menores e mais de 1,1 mil termos circunstanciados foram assinados. Em 2015, foram mais mil inquéritos encerrados, 825 termos circunstanciados e 60 prisões.
O titular da Delegacia, Lorenzo Pazolini, frisou a importância de denunciar e que o assunto deve ser debatido em família. “O responsável pela criança ou adolescente deve orientar e, sobretudo, explicar para o jovem que ninguém tem o direito de tocar em seu corpo, nem se aproximar com intuitos sexuais”, disse.
Mais importante do que conscientizar a criança e o adolescente sobre educação sexual, a intimidade entre pais e filhos com o tema cria um canal para que os filhos tenham liberdade para contar atos de violência sexual aos responsáveis.
Esse tipo de violência pode ocorrer em qualquer lugar – na escola, como mostrou o caso do professor na Serra, suspeito de ter abusado sexualmente de uma aluna de 10 anos –, e pode acontecer com qualquer jovem, como a adolescente de 13 anos de Vila Velha que possui problemas mentais e foi assediada por um amigo de sua tia. Os abusos podem, inclusive, acontecer dentro da própria família da vítima: padrastos, tios, avôs e até pais podem ser os agressores.