Vitória lidera o ranking de arrombamentos em todo o Espírito Santo. De janeiro a setembro deste ano, foram registrados 2,5 mil arrombamentos em todo o estado. Só no Centro da capital foram 400 casos, no mesmo período, de acordo com dados obtidos pela reportagem da TV Vitória/Record TV.
A violência tem gerado reclamações de comerciantes, principalmente, no centro histórico. O empresário Fabiano Marim Brito, que teve um prejuízo de mais de R$ 10 mil após a loja dele ser arrombada por criminosos, no dia 26 de agosto, afirma que a insegurança está afastando os clientes e desmotivando os comerciantes da região.
“No final de ano as pessoas vão procurar locais para fazer suas compras, mas elas não vão para o Centro, porque sabem que não estão seguras aqui. O grande número de pessoas em situação de rua que cometem crimes na região, afasta os clientes que ficam assustados com os roubos na rua”, lamentou Fabiano.
Há dois meses, a loja de informática e manutenção de celulares de Fabiano foi arrombada e até hoje o comerciante trabalha para pagar o prejuízo, fato que desmotivou o trabalho dele. “Eu só não fechei ainda porque tenho que pagar as dívidas. Pretendo trabalhar em outro ramo, mas não sei se abriria a loja no Centro, não tem segurança nenhuma. Depois do que aconteceu, eu pego meus produtos e levo para casa todos os dias, é horrível”, disse.
O lojista não é o único a enfrentar a violência na região. A equipe de reportagem da TV Vitória mostra, diariamente, casos de arrombamentos, furtos e roubos no Centro. Na última sexta-feira (01), um homem foi morto a golpes de faca após roubar a bolsa de uma mulher na região. Segundo o relato de testemunhas, o suspeito foi perseguido por quatro homens e atingido com golpes de faca. O SAMU foi acionado, mas ele não resistiu e morreu no local.
“É arrombamento aqui, é arrombamento ali e ninguém faz nada”
Para o comerciante Obadias Batista, vizinho de uma loja que foi arrombada no início de outubro, falta estratégia da polícia. “Falam que tem policiamento ostensivo, mas não está funcionando, será que eles estão cegos? Eles não enxergam que a maneira que eles estão trabalhando não está funcionando? Alguma coisa tem que ser feita. As coisas acontecem do lado do posto da guarda, mas ninguém vê, ninguém sabe de nada”, reclama.
O lojista Fabiano Marim Brito acredita que o LOCAL está sendo abandonado. “Eles dizem que patrulham, mas não patrulham. Esse é o serviço da polícia, mas eles só aparecem quando acontece algo”, relatou.
Vigilância
De acordo com a Prefeitura de Vitória, o município possui 235 câmeras de videomonitoramento. No Centro da capital, há 49 câmeras, sendo que 31 estão em funcionamento e 18 estão em manutenção. A prefeitura afirma que as câmeras são usadas para monitorar o trânsito e para coibir ações criminosas, além de gravar imagens que possam servir como prova de eventuais crimes.
Para o secretário municipal de segurança urbana de Vitória, Fronzio Calheira, o videomonitoramento tem trazido bons resultados para a segurança, mas não é possível evitar todos os crimes e um grande problema é a reincidência, já que muitos criminosos são pegos, mas voltam às ruas e praticam os mesmos crimes.
“Quanto ao problema técnico dessas câmeras do Centro, a empresa responsável já foi acionada e o problema deve ser resolvido nos próximos dias, mas se essas pessoas que são pegas praticando crimes forem punidas, o custo para a sociedade será muito menor”, enfatizou.
O que diz a Polícia Militar?
A PM informou que realiza constantes operações no Centro da Capital, como pontos base, cercos táticos, patrulhamento e abordagens. O órgão reforçou que a ajuda da população é essencial para garantir uma segurança eficaz. Ainda destacou que o Destacamento de Polícia Militar localizado na Vila Rubim que está sendo reformado deve ser entregue em dezembro deste ano, retornando às atividades em seguida.