A polícia concluiu o inquérito contra o médico ginecologista Gedison Luís Gonçalves. Ele é investigado por cometer abusos sexuais durante consultas em clínicas particulares e públicas de São Mateus, no Norte do Espírito Santo.
Segundo as investigações, ao menos 15 mulheres foram vítimas do ginecologista. A delegada responsável pelas investigações, Gabriella Zaché, disse que cinco mulheres que procuraram a polícia para denunciar o crime estavam grávidas.
“Ele também atuava como obstetra. Cinco das vítimas estavam grávidas quando ocorreram os abusos. Elas estavam fazendo acompanhamento pré-natal. Tem uma que estava quase ganhando o bebê. Ela sempre ia acompanhada da mãe ou do marido. A partir do momento que ela foi sozinha aconteceu o abuso”, disse a delegada.
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Os primeiros abusos teriam começado, de acordo com a polícia, em 2019. As vítimas têm entre 21 e 49 anos. O relato da primeira vítima foi registrado há um mês. O namorado dela soube do abuso e incentivou a companheira a denunciar o ginecologista.
“O que encorajou a primeira mulher a denunciar foi que ela estava em um relacionamento. O namorado foi buscar ela na saída da consulta e percebeu que ela estava estranha. Ela conversou com ele, que falou para ela procurar a delegacia”, contou a delegada.
Com o depoimento da vítima, a polícia começou a investigar se havia outras mulheres que pudessem ter sido vítimas do médico. Duas pacientes foram identificadas. A partir dos três primeiros casos, a polícia pediu a prisão preventiva do médico.
Outras 12 mulheres procuraram a polícia após a divulgação do caso e relataram que sofreram abusos. “É muito similar a forma que ele agia. As vítimas são desde o ano de 2019. Não começou agora. Há anos ele tem praticado isso, se aproveitando pelo fato de ser médico, acreditando que sairia impune”, frisou a delegada.
Ainda de acordo com as investigações, além do toque, o médico teria feito sexo oral em duas vítimas. “Penetração não temos relato, mas em duas vítimas ele chegou a colocar a boca”, disse a delegada.
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Gedison Luís foi ouvido e negou as acusações. “Quando falamos das seis primeiras vítimas, ele disse que apenas fez o exame ginecológico. A partir das outras vítimas, ele não quis mais falar”.
O médico foi indiciado pelo crime de violação sexual mediante fraude, por aproveitar a profissão para conter os supostos abusos.
“Ele utiliza o fato de ser médico para, durante o exame ginecológico, cometer o crime. Muitas das vítimas chegaram a ficar em dúvida se estavam sendo abusadas ou se fazia parte do exame”, explicou a delegada.
Gedison Luís Gonçalves está preso no Centro Provisório de Viana. Se condenado, ele pode pegar até seis anos de prisão.
A produção da TV Vitória/RecordTV entrou em contato com a defesa do médico que informou, que por enquanto, não vai se posicionar sobre o assunto.
O Conselho Regional de Medicina (CRM-ES) vai abrir uma sindicância para apurar o caso. No momento, o Conselho está levantando informações sobre as denúncias veiculadas na imprensa, já que até o momento não recebeu nenhuma denúncia formal contra o médico.
*Com informações do repórter Waslley Leite, da TV Vitória/Record TV.