Polícia

Comerciante contrata investigador particular para solucionar roubo à loja em Vitória

Durante a fuga, os criminosos deixaram para trás uma mochila com documento e cartão de memória com fotos. Material foi entregue à polícia, mas dona da loja não aguentou mais esperar

Ermiton foi preso após a polícia encontrar na casa dele materiais roubados de uma loja em Maria Ortiz Foto: TV Vitória

Dois suspeitos de participar de um assalto a uma loja em Maria Ortiz, Vitória, foram detidos nesta sexta-feira (30). No entanto, as prisões só aconteceram após a dona da loja contratar investigadores particulares para chegar até os suspeitos, que haviam deixado uma mochila para trás, logo após o crime.

O assalto aconteceu no último dia dos namorados. O estabelecimento foi invadido por três bandidos, que limparam as prateleiras. Ao todo, foram roubados mais de R$ 20 mil em roupas, perfumes e acessórios masculinos. 

“Nesse dia, sem querer, eu deixei a grade encostada. Um rapaz chegou com uma menina, dizendo que queria ver roupa para ela, pois era dia dos namorados, e daí foram entrando, já meio que quase me botando para dentro da loja. Depois chegou um terceiro indivíduo, que eu achei que fosse um cliente. Eles me botaram atrás do balcão e mandaram eu ficar sentada, de cabeça baixa, que eles iam levar tudo”, contou a dona da loja.

Na mochila deixada pelos criminosos durante a fuga havia uma solicitação de matrícula da rede pública de ensino, além de um cartão de memória com fotos. A vítima seguiu para a Delegacia de Goiabeiras, em Vitória, entregou o material e registrou um boletim de ocorrência.

No entanto, mais de 20 dias se passaram e a comerciante não teve nenhum retorno da polícia. Ela então decidiu ir por outro caminho e contratou investigadores particulares para cuidar do caso.

Os dois investigadores começaram a investigação na quarta-feira (28). Pelo documento deixado para trás, eles encontraram a página de Ermiton Xavier de Jesus em uma rede social, descobriram que ele conserta celulares e marcaram um encontro em um terminal do Transcol.

“Marcamos um encontro com ele no Terminal de Campo Grande, mas ele ficou cabreiro e mandou a namorada dele. Perguntamos à namorada onde ele estava e ela falou que ele estava em casa. Falamos que ele estava sendo acusado de roubo, que havia provas contra ele e pedimos para ela nos acompanhar até a casa dele. Só que quando entrou no nosso carro ela disse que ele estava no terminal, na fila do [ônibus da linha] 700. Entrei no terminal de novo, localizei ele num canto e falei que eu era investigador, que ele estava sendo acusado de roubo e perguntei se ele poderia me acompanhar. Ele deu um nome falso, disse que não tinha feito nada, mas nos acompanhou até a Delegacia de Campo Grande. Cheguei lá e fiquei sabendo que ele não poderia ser autuado naquela delegacia”, contou o investigador particular Everton Oliveira.

No entanto, Everton não desistiu e convenceu Ermiton a ir à Delegacia de Goiabeiras com ele no dia seguinte. “Ele falou que iria [à delegacia] porque não devia nada e eu sempre falando que ele tinha que ir mesmo para provar sua inocência. Hoje, às 10 horas da manhã, marcamos um encontro no Terminal de São Torquato e ele pediu para a gente buscá-lo no Terminal de Jardim América. Chegamos lá, estavam ele e um sobrinho dele, o mesmo que estava com a foto dos produtos roubados no Facebook. Prosseguimos até a Delegacia de Goiabeiras e, chegando lá, o delegado começou a fazer perguntas para ele. Depois o delegado nos orientou a ir até a casa dele para ver se tinha algum produto de roubo”, contou o investigador.

A polícia então foi até a casa de Ermiton, em Nova Rosa da Penha, Cariacica, e encontrou todo o material roubado. Em depoimento, Ermiton acabou confessando ser um dos três assaltantes e saiu da delegacia algemado. O sobrinho dele, um adolescente, foi apreendido.

“Ele confessou a autoria. A priori negou, mas depois teve que confessar, porque não teria mais como negar. Agora ele vai ser levado para a central de flagrantes para ser autuado”, disse o delegado Isaías Tadeu.