O Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (TJES) negou, na tarde desta quarta-feira (16), o pedido de habeas corpus à Ronald Ribeiro Rodrigues, condenado pelo Tribunal do Júri de Guarapari a mais de 60 anos de reclusão por envolvimento na morte de uma família, motivada por um jogo de RPG (Role-Playing Games). O réu foi condenado por triplo homicídio qualificado e um crime de furto qualificado.
A defesa de Ronald alegou que o paciente foi exposto a constrangimento ilegal em razão da aplicação de prisão preventiva após a condenação no Júri, em especial pelo fato de que o mesmo permaneceu em liberdade durante toda a instrução processual.
O relator do processo, o desembargador Pedro Valls Feu Rosa, concluiu que, diante da gravidade dos fatos, não se mostrou possível a concessão do direito do réu de recorrer em liberdade. “Os crimes foram cometidos com requintes de crueldade e atrocidade, motivo pelo qual, ante a gravidade concreta dos fatos, não posso permitir que seja concedido ao réu o direito de recorrer em liberdade”, explicou o magistrado.
O crime
Os dois acusados, identificados como Ronald Ribeiro Rodrigues e Mayderson de Vargas Mendes foram considerados culpados pela morte do casal Heloísa Helena Andrade Guedes e Douglas Augusto Guedes, além do filho deles, Tiago Andrade Guedes, na Praia do Morro, em Guarapari, em abril de 2005.
Segundo as investigações, os crimes teriam sido motivados por um jogo de RPG, modalidade em que os jogadores assumem personalidades fictícias em uma trama vivida como se fosse a realidade. Um dos acusados estaria participando do jogo junto com o filho do casal. Segundo os policiais, os assassinos teriam utilizado um revólver calibre 32 para cometerem o crime. O item teria sido comprado pelos acusados dois meses antes dos homicídios.