Após os confrontos que resultaram na morte de duas pessoas, na noite de sexta-feira (7) e na manhã deste sábado (8), no Bairro da Penha, em Vitória, o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Alexandre Ramalho, concedeu entrevista coletiva à imprensa para falar sobre as ocorrências.
Ele explicou que na noite de sexta, policiais da Força Tática do 1º Batalhão faziam um patrulhamento na região quando, na Escadaria dos Trabalhadores, criminosos atiraram contra os militares, que revidaram os disparos.
“Atiraram contra a nossa patrulha. Conversei pessoalmente com nosso subtenente Gandini, que estava no morro ontem, ele relatou a quantidade de tiros que deram para cima da nossa equipe e foi revidado. Nós temos técnica, temos armamento de ponta, sabemos utilizar esses armamentos. Atirou contra a polícia, nós vamos revidar na mesma proporção, e foi o que aconteceu”, afirmou Ramalho.
O secretário destacou ainda uma desvantagem “tática e violenta” dos policiais durante o patrulhamento, considerando que os criminosos ficam no alto do morro, enquanto a polícia patrulha de baixo para cima.
“A Polícia Militar fazia um patrulhamento de incursão super difícil, porque é feito em escadaria, em uma desvantagem tática e violenta para a Polícia Militar. Eles ficam no alto do morro e a gente tem que vir de baixo para cima, patrulhando ruelas, escadarias, becos e podendo confrontar o tempo todo com esses indivíduos, que são inconsequentes, irresponsáveis e ligados diretamente ao tráfico de entorpecentes”, disse o secretário.
Morto em confronto estava armado, afirma Ramalho
O secretário de Segurança afirmou também que o homem morto na noite de sexta-feira estava armado com uma pistola e um carregador vazio. Além disso, uma bolsa com drogas também foi encontrada próxima a ele, segundo Ramalho.
“Esse indivíduo foi atingido e, lamentavelmente, veio a óbito. Em suas mãos estava uma pistola ponto 40 e um carregador vazio em outra mão, além de uma bolsa com várias buchas de maconha, crack e um tablet de maconha lançado ao seu lado. Tentamos socorrer o indivíduo e, infelizmente, veio a óbito. Não desejamos o resultado morte em hipótese alguma, mas não vamos tolerar que se torne normal no Espírito Santo vagabundo atirar contra a polícia, vagabundo querer patrulhar morro com fuzil no pescoço. Não sabe nem usar fuzil e pistola e ainda se acha no direito de atirar contra a polícia. Não vamos tolerar e a resposta será dada à altura.”
Ramalho afirmou ainda que o homem tinha passagens por tráfico de drogas, tentativa de homicídio e, além disso, estava com um mandado de prisão em aberto.
O irmão dele está preso, o irmão dele é uma das lideranças do PCV, então infelizmente é um histórico de um rapaz jovem que entra no mundo do crime e vem se confrontar com a polícia. Nós só atiramos contra as pessoas quando elas atiram contra a polícia. “
Apesar disso, familiares do homem contaram outra versão à equipe de reportagem da TV Vitória/Record TV. Segundo uma prima do rapaz, ele não estava armado e não tem envolvimento com o tráfico de drogas.
“Meu primo estava subindo para a casa dele. Na hora, eles vieram lá de São Benedito, já chegaram atirando. Balearam meu primo na cabeça, chegaram de perto e conferiram. Ele não tem envolvimento com drogas, não passagem pela polícia, não estava com arma, era trabalhador. Ele não teve tempo nem de correr. Mataram ele perto da casa dele. Atiraram, mas ele não estava armado.
Homem morto neste sábado ainda não foi identificado
Sobre o novo confronto registrado na manhã deste sábado (8), Ramalho explicou que uma viatura fazia um policiamento no entorno do morro quando criminosos atiraram contra os militares e eles revidaram. Duas viaturas também foram depredadas.
“Covardemente, mais uma vez, eles atiraram contra uma viatura que fazia um policiamento no entorno do morro. Além disso, pessoas depredaram a viatura. Lamentavelmente não sabemos quem é essa pessoa que foi atingida, não sabemos ainda de onde veio o disparo. Vamos tentar identificá-lo e verificar de qual arma saiu esse disparo, qual é o projétil que atingiu esse senhor. Agora é um trabalho da perícia. Infelizmente ali no morro perambulam pessoas em situação de rua que também buscam a compra de drogas, então não sabemos quem é. Agora é um trabalho de investigação de perícia”, disse o secretário.
Saiba mais: