Quatro capixabas figuram na lista dos criminosos mais procurados do mundo. Eles estão foragidos, possivelmente fora do Brasil, e por isso estão na mira da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
Os capixabas procurados pela Polícia Internacional são Vilma Cristina de Oliveira, Gerusa Maria Raasch Gaiba, Romário Freitas de Aquino e Andre Luiz de Menezes. Contra eles, há mandados de prisão em aberto por crimes como tráfico de pessoas e de drogas e homicídio qualificado.
Vilma Cristina Oliveira, de 42 anos, é natural de Guaçuí, no sul do Estado. Ela é acusada de tráfico internacional de mulheres, usadas para exploração sexual na Espanha.
De acordo com informações da Polícia Federal do Brasil, Vilma Cristina fazia parte de um grupo criminoso, conhecido como Rede Cacique, desde 1999. Ainda segundo a PF, ela seria proprietária de várias casas noturnas na Espanha, onde brasileiras trabalhavam.
Vilma teria sido responsável pelo envio de centenas de mulheres brasileiras para a Espanha, para trabalharem como prostitutas. A PF informou que as casas de prostituição eram mantidas pela Rede Cacique. A quadrilha que fazia parte da Rede Cacique foi condenada em 2009 e os criminosos ficavam no Brasil e outra parte na Espanha.
Os criminosos que ficavam aqui no país faziam, segundo a PF, contato com os criminosos que estavam naquele país, informando a disponibilidade do envio de garotas. Segundo as investigações, a organização criminosa cuidava de todos os trâmites para a viagem das mulheres para prostituição e chegava a enviá-las com dinheiro para driblar a imigração espanhola.
Também responde por tráfico de pessoas Gerusa Maria Raasch Gaiba, de 52 anos, natural de Santa Leopoldina, região serrana do Estado. Em 2008, Gerusa foi denunciada, junto com outras 11 pessoas, pelo Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES), por participação num esquema de exploração da prostituição na Europa, que envolvia o envio de mulheres para trabalhar como prostitutas na Itália.
Segundo a denúncia do MPF, Gerusa era uma das responsáveis pelo aliciamento das mulheres, no Brasil, que eram remetidas para a Itália. Gerusa chegou a ser presa e condenada a quatro anos e meio de prisão, mas conseguiu escapar da prisão.
Prefeito assassinado
Já Romário Freitas de Aquino, de 42 anos, é procurado pelo crime de homicídio qualificado. Natural de Iúna, no sul do Estado, Romário, que trabalhava como lavrador no município, é suspeito de envolvimento em diversos homicídios, entre eles o do ex-prefeito de Iúna, Wellington Firmino do Carmo, o “Elinho”.
O crime aconteceu na noite do dia 28 de junho de 1998. De acordo com os autos, o ex-prefeito foi atingido por nove tiros, dentro de sua casa, no centro da cidade. Ele chegou a ser internado em um hospital, mas morreu oito dias depois do atentado.
Além de Romário, outras três pessoas foram acusadas por envolvimento no crime. Ainda segundo os autos, o lavrador e outro suspeito teriam encomendado o crime, tendo pago R$ 1,5 mil ao executor. Romário também teria dirigido a motocicleta usada no homicídio.
O outro capixaba que consta na chamada ficha vermelha da Interpol é Andre Luiz de Menezes, de 49 anos. Ele é natural de Guarapari e é procurado por tráfico internacional de drogas.
40 capixabas foragidos
Apesar de apenas os quatro suspeitos constarem na lista disponível no site da Interpol, a Polícia Federal estima que atualmente quase 40 capixabas estejam incluídos nessa lista. Segundo a PF, são pessoas que cometeram crimes no Brasil, mas que a Justiça tem razões para acreditar que elas possam estar escondidas no exterior.
“São pessoas que praticaram crimes no Brasil e tiveram o mandado de prisão decretado por um juiz, com a ordem para que fosse divulgado pela Interpol – a chamada difusão vermelha – para que esses procurados sejam encontrados em qualquer lugar do país. Tão logo isso ocorra, as autoridades brasileiras devem ser comunicadas para que, feitos os devidos processos, essa pessoa seja extraditada para o Brasil ou até mesmo, se estiver dentro do país, seja colocada à disposição do juízo competente”, destacou o delegado Luciano Flores, da Polícia Federal no Espírito Santo.
A lista vermelha é compartilhada com os 190 países que fazem parte da Interpol. Com isso, as polícias desses países têm acesso a informações dos foragidos, às vezes sigilosas.
O Brasil é representado na organização pela Polícia Federal e, no Espírito Santo, o delegado Luciano Flores e o agente especial Macena são os correspondentes regionais. “Nós pertencemos ao Escritório Central da Interpol em Brasília, de onde recebemos as orientações. É um trabalho cotidiano, seguindo a linha da Interpol”, frisou Macena.
O agente explica ainda que a inclusão de nomes na lista de difusão vermelha da organização só acontece por determinação expressa do juiz e tem prazo de validade. “A difusão vermelha vale por cinco anos e prescreve justamente com a data da prescrição do crime, independente”, disse.