Na próxima segunda-feira (24) começa o Júri Popular de dois dos acusados pelo Ministério Público Estadual (MPES) de serem os mandantes do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, em março de 2003. Na última quarta-feira (19), cinco dias antes do julgamento, a Vara de Execuções Penais de Vila Velha concedeu liberdade ao coronel aposentado Walter Gomes Ferreira, acusado de ser um dos mandantes do assassinato do juiz.
A decisão da Justiça causou revolta para Alexandre Martins de Castro, pai do magistrado. “Soube ontem mesmo. Achei uma atitude inoportuna a saída dele justo nessa época. Ele pode influenciar testemunhas. Ele foi condenado a mais de 40 anos de reclusão. Foi condenado a doze anos em Vila Velha, pelo crime de extorsão, 16 anos por homicídio em Colatina e mais 18 anos em Cariacica. E agora a Justiça concede liberdade? É um absurdo, uma temeridade”, lamentou.
O julgamento está previsto para acontecer em Vila Velha, no Cineteatro da Universidade Vila Velha (UVV), a partir das 9 horas. O município canela verde atualmente está sob a gestão do prefeito Rodney Miranda, que era secretário de Segurança Pública do governo do Estado na época do crime.
O pai do juiz afirmou que vai participar do julgamento. “Com certeza estarei presente. A acusação será feita pelo Ministério Público. Vou assistir e acompanhar.Ele não pode ficar solto, ele precisa ser julgado pelo crime que cometeu”, declarou.
O juiz Alexandre Martins de Castro Filho, de 32 anos, foi assassinado o dia 24 de março de 2003, com três tiros quando chegava a uma academia de ginástica, em Itapoã, Vila Velha. Ele tinha acabado de estacionar o carro e foi baleado na rua. Alexandre integrava a missão especial federal que, desde julho de 2002, investigava as ações do crime organizado no Estado.