Polícia

Corpo de criança morta em Vila Velha é liberado de DML

O enterro estava previsto para a manhã desta quinta (07). Porém, de acordo com familiares, policiais civis entraram em contato informando que o corpo não seria mais liberado tão rapidamente

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

O corpo do menino Jorge Teixeira da Silva, de 2 anos e oito meses, morto na última terça-feira (05), após dar entrada em um hospital de Vila Velha, foi liberado para sepultamento no início da tarde desta quinta (07).

De acordo com apuração da TV Vitória, o enterro estava previsto para a manhã desta quinta-feira (07). Porém, de acordo com familiares, na última noite, policiais civis entraram em contato informando que o corpo não seria mais liberado tão rapidamente. A decisão de mantê-lo no DML foi tomada depois que os familiares haviam feito todos os trâmites necessários para a retirada ainda nesta quarta (06).

Apesar dos trâmites, a retirada do corpo não foi feita de forma imediata porque a funerária contratada pela família não conta com câmara fria para armazenar o corpo e, por conta do horário, o cemitério não iria mais recebê-lo na mesma data.

Defesa da mãe se pronunciou

Após a morte do pequeno Jorge Teixeira da Silva Neto, de 2 anos e oito meses, ocorrida nesta terça-feira (05), após dar entrada em um hospital de Vila Velha, a defesa da mãe da criança, uma das principais suspeitas do assassinato, junto ao pai do menino, se pronunciou.

Segundo o advogado Carlos Bermudes, Jorgia Karolina Teixeira da Silva, de 31 anos, não teve envolvimento com qualquer crime relacionado ao filho. Veja vídeo gravado por ele:

“Ao contrário do que foi noticiado e informado pela autoridade policial, ela não tem nenhum envolvimento com a morte de seu filho. O menino Jorge já estava passando mal há cerca de uma semana e a mãe o levou ao hospital por diversas vezes. Por determinação médica, estava dando a medicação em casa e tomando os cuidados indicados, tendo inclusive obtido atestado médico para faltar ao trabalho e acompanhar o filho”, informou o jurista.

Segundo Bermudes, na madrugada de domingo para segunda a situação da criança se agravou. “Após levá-lo ao pronto-socorro da Samp, foi encaminhado ao PA da Glória e em seguida para o Himaba, onde foi detectada a suposta violação sexual. Existe evidente erro na conclusão das investigações, que foram conduzidas de forma irresponsável”, acrescentou.

Para o advogado, a cliente não poderia considerada culpada antes que todo o processo seja concluído. “Os equívocos encontrados serão esclarecidos e temos plena convicção de que iremos provar a inocência quanto à morte da criança”, disse.

Pais não queriam que corpo de criança passasse por perícia

Contra a vontade dos pais, o corpo do menino foi encaminhado ao Departamento Médico Legal, em Vitória.

Foto: Reprodução TV Vitória

Durante a autopsia, os legistas constataram que Jorge estava com sinais de espancamento, tortura e queimaduras, possivelmente provocadas por guimba de cigarro.

O médico legista Josias Rodrigues explicou que a criança também tinha sinais de estupro. Jorge teve o intestino perfurado.

“No exame físico externo, encontramos muitas lesões bem sugestivas de maus-tratos. Encontramos lesões por queimaduras, algumas equimoses devido provavelmente a trauma por pancada. Ao abrir as cavidades, olhando dentro do abdômen, encontramos outras lesões que corroboravam com essa hipótese, além do ânus da criança totalmente dilacerado”, detalhou.