Polícia

'Cracolândia' em Vitória: rua na Vila Rubim vira novo 'point' para consumo de drogas

Uma das ruas do bairro, que é um dos principais centros de comércio popular da capital, abriga vários usuários de drogas

Foto: TV Vitória

Uma rua localizada na região central de Vitória tem se transformado em um novo point para o consumo de drogas, seja durante o dia ou a noite. Na última semana, pelo menos dois ataques de criminosos foram feitos contra os usuários que ficam na região. Comerciantes e moradores reclamam da insegurança no local.

O empresário Leônidas da Costa tem loja no local há mais de 30 anos. Segundo ele, hoje ele tem medo de ir trabalhar. “Todo mundo tem medo. São muitas coisas erradas aqui. Já teve até uns tiros durante o dia e foi uma correria”, conta.

A cabeleireira Lucineia Souza também vive constantemente com medo de exercer a profissão com sossego. “Não penso em ficar rica. Creio que a maioria dos comerciantes pensa em pelo menos ter dignidade para sobreviver”, desabafa.

Em um dos locais de comércio da região, há cerca de 20 pequenos espaços para os estabelecimentos. Muitos trabalham com frutas, verduras e pequenos produtos, que são expostos para os clientes. Os lojistas relatam que, muitas vezes, há casos de algum usuário de droga passar, pegar um produto e sair correndo.

Muitos dos comerciantes têm medo de falar com a imprensa. Os que falam, sugerem melhorias na segurança do local. “Precisava melhorar um pouco. Colocar um guarda municipal, por exemplo”, sugere Leônidas. “Já pensou se o cliente está aqui e toma um tiro? Como vou fazer para indenizar uma pessoa?”, teme Lucineia.

No dia 12 de junho, a equipe de reportagem da Rede Vitória registrou que homens encapuzados atiraram em pessoas que estavam na praça da Vila Rubim. Um homem foi morto e outro baleado. De acordo com a polícia, o rapaz tinha 36 anos e foi socorrido pelo Samu. O crime fez aumentar a preocupação dos comerciantes que trabalham na praça.

Diante da violência vividas pelos usuários, repórteres da TV Vitória foram até o local para mostrar a situação. Uma mulher não gostou da presença dos jornalistas no local do crime. Ela gritou e ameaçou os profissionais, chegando a atirar pedras contra as equipes. A mulher é uma das cerca de 40 pessoas que, segundo a polícia, passam dia e noite na rua da “cracolândia”.

Quem passa pela região diariamente chama a atenção para a realidade do local. Um popular, que não quis se identificar, teme que a situação possa ficar pior. “É uma situação insuportável. Se as autoridades não tomarem providência, vai ficar pior que o Rio [de Janeiro]”, desabafa.

Veja a reportagem especial exibida no Balanço Geral: