Polícia

Criança leva surra com fio de cobre por se negar a fazer faxina em Cariacica

A suspeita de cometer as agressões é a mãe da menina, que foi presa. Segundo a polícia, motivo da violência é que a vítima não teria feito serviços dentro de casa

Suspeita foi levada para a delegacia e preferiu não falar sobre as acusações da polícia Foto: Divulgação

Uma professora de 38 anos foi presa, nesta quinta-feira (12), suspeita de torturar a própria filha, de apenas 9 anos, em Cariacica. Segundo a polícia, o motivo das agressões é que a menina não teria feito serviços dentro de casa.

“A mãe trabalhava e posteriormente ia para a academia e deixava a filha, de apenas 9 anos, para cuidar de casa. Ela tinha que lavar, limpar, cozinhar, passar pano, limpar o banheiro, tirar todas as fezes de animais e deixar a casa toda pronta. Se a mãe chegasse em casa e encontrasse algo que não tivesse sido bem executado, segundo a mãe, ela partia para a agressão”, contou o titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegado Lorenzo Pazolini.

De acordo com as investigações, as agressões ocorreram em junho deste ano. A acusada teria usado fios e cabos para espancar a criança. “Ela confessou as agressões, disse que o fato ocorreu, mas que está arrependida e que teria se excedido no exercício da correção familiar”, ressaltou o delegado.

As agressões foram descobertas no dia seguinte pela professora da menina, que avisou ao conselho tutelar de Cariacica e à polícia sobre os fatos. “A partir da chegada da criança à escola, nós fomos acionados, assim como o conselho tutelar. Fomos ao local, constatamos realmente várias agressões, multiplas lesões no corpo da criança e, a partir daí, foi feito todo um trabalho com uma equipe multidisciplinar de psicólogos e assistentes sociais, além do médico legista, para constatar efetivamente o crime de tortura”, explicou Pazolini.

A suspeita foi presa e levada para a DPCA, em Vitória. Em seguida, ela foi transferida para o presídio feminino. A suspeita preferiu não falar com a imprensa sobre as acusações da polícia.

Para o delegado da DPCA, a postura da mãe em casa foi, no mínimo, contraditória à profissão dela. “É uma situação muito triste, que deixou os policiais da delegacia extremamente constrangidos e perplexos. Porque você sustentar que uma professora agrida a própria filha, de apenas 9 anos, que obrigue a executar tarefas domésticas, e agredi-la de forma tão violenta, é inaceitável. A criança está se recuperando, com o passar do tempo, recebendo apoio psicológico, morando com o pai, está matriculada em uma outra escola e acreditamos que vá superar esse trauma”, disse.