Polícia

Criminosos no ES usavam grupos de oração para abusar de adolescentes

Suspeitos presos de 18 e 19 anos são investigados por estuprar nove jovens entre 13 e 18 anos. Vítimas eram ameaçadas e incitadas à automutilação

Foto: divulgação SESP

A polícia prendeu três homens, com idades entre 18 e 19 anos, suspeitos de abusar sexualmente de nove adolescentes, com idades entre 13 e 18 anos, em Cariacica. Os crimes ocorreram entre o final de 2023 e outubro de 2024 e foram disfarçados por grupos de oração que eles organizavam nas igrejas locais.

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As investigações revelaram que os envolvidos ganhavam a confiança dos pais das vítimas, frequentando as igrejas evangélicas para cantar e pregar. 

A partir disso, criavam grupos de oração para reunir os jovens. Durante esses encontros, os abusos sexuais aconteciam. 

Além disso, as vítimas eram incitadas à automutilação e submetidas a ameaças constantes, como a promessa de morte de seus familiares caso revelassem os crimes.

Como os crimes foram descobertos?

Os pais começaram a perceber mudanças no comportamento das vítimas, incluindo agressividade, queda no desempenho escolar e relutância para ir à igreja. 

Em outubro de 2024, ao investigarem os celulares dos filhos, os familiares encontraram mensagens comprometedoras nos grupos de oração e denunciaram o caso à polícia.

A delegada Gabriella Zaché, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), afirmou que as vítimas relataram, além dos abusos sexuais, que eram pressionadas a enviar fotos nuas e realizar cortes nos braços.

Uma adolescente, de 17 anos, noiva de um dos suspeitos, também foi identificada como cúmplice. Ela chegou a ameaçar as vítimas e seus familiares enquanto os suspeitos estavam presos. Apesar das evidências, a Justiça optou por não solicitar a apreensão dela.

Até o momento, nove vítimas foram identificadas, mas a delegada acredita que o número pode aumentar com a divulgação do caso. A delegada Thais Cruz reforçou a importância de os pais estarem atentos a mudanças de comportamento em seus filhos e denunciarem qualquer suspeita.

Qualquer alteração no comportamento da criança ou adolescente, como queda no rendimento escolar ou agressividade, deve ser investigada. Esses são sinais não podem ser ignorados”, destacou a delegada.

*Com informações do repórter Vitor Zucolotti, da TV Vitória/Record

Leiri Santana, repórter do Folha Vitória
Leiri Santana Repórter
Repórter
Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Atua como repórter do Núcleo SEO da Rede Vitória no Folha Vitória.