Uma psicóloga e ex-funcionária da Escola Municipal de Tempo Integral Eunice Pereira Silveira, onde Luiz Fernando de Souza Verli, de 10 anos, sofreu agressões que resultaram em morte, descreveu que vivenciou situações de violência psicológica e física entre alunos e até mesmo professores.
“É uma cultura de violência”, resume a psicóloga.
A profissional, identificada como Meyre Ellen Santos Nicolau, explicou que, no ambiente escolar eram presentes situações de violência psicológica e física entre alunos e até mesmo profissionais.
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O menino teria sido agredido por dois colegas mais velhos em um colégio de Ibatiba, na região do Caparaó, no Espírito Santo. Ele morreu na manhã de quinta-feira (12), no Hospital Infantil de Vitória, depois de uma parada cardíaca. Ele também teve uma vértebra quebrada.
Em entrevista à reportagem da TV Vitória, a psicóloga escolar, que atuou na escola por seis meses entre julho at´é dezembro de 2023, descreveu que no ambiente escolar eram presentes situações de violência psicológica e física.
“Eram casos de violência psicológica, violência física, também registrava muitos gritos no momento de falar com o outro. E não era só violência de crianças para crianças, mas de adultos para crianças e entre os adultos”, descreve a profissional.
Ainda segundo ela, no ambiente escolar muitas atitudes e comportamentos eram negligenciados.
“Em diversas reuniões técnicas, com gestores, com superiores, eu abordei esse tema inúmeras vezes, expliquei que estava abismada, assustada com a dinâmica da escola porque era muito agressivo”, narra a psicóloga.
“Reuniões técnicas foram feitas com gestores”
A profissional também destacou na entrevista que participou de gestões técnicas com gestores, supervisores e outros profissionais da escola, em que abordou a cultura de violência.
“Eu expliquei que estava abismada com a dinâmica porque era muito agressivo. No local, crianças de 6 até 10 anos muito violentas, se agrediam com socos, chutes, se xingavam. Os professores também xingavam, era violência de todos os lados”, afirma a profissional.
O que diz a Prefeitura de Ibatiba?
A Prefeitura de Ibatiba informou que a psicóloga ouvida pela reportagem não trabalha mais na escola desde fevereiro. Veja a íntegra da nota:
Após análises nos Boletins de Atendimento de Urgência (BAU) e Sistema de Videomonitoramento Externo do Hospital de Ibatiba, foram identificados 02 (dois) atendimentos ao aluno Luiz Fernando de Souza Verli.
Sendo no dia 09/12, às 22h34 e outro no dia 11/12, às 08h04 com posterior encaminhamento para o Hospital Infantil em Vitória.
Também não foi localizada a presença do aluno na terça (10), na Escola Municipal de Tempo Integral Eunice Pereira da Silveira, onde estudava.
Em relação a psicóloga Meyre Ellen Santos Nicolau que se diz vítima de perseguição da Prefeitura Municipal, a mesma não trabalha na Escola Municipal de Tempo Integral Eunice Pereira da Silveira desde 01/02/2024
Novas informações estão sendo apuradas e a Prefeitura mantém o compromisso com a verdade, a justiça e a proteção de nossas crianças e adolescentes, e reforça que todas as informações relevantes sobre o caso serão comunicadas oficialmente à população.
O velório de Luiz Fernando acontece a partir das 23h desta sexta (13), na Igreja Assembleia ADTM do pastor Héliomar, ao lado da Pestalozi, no Bairro Boa Esperança. O enterro acontecerá às 10h deste sábado (14).
*Com informações do repórter Rodrigo Schereder, da TV Vitória/ Record