O gari espancado por um grupo no bairro Cidade Pomar, na Serra, não resistiu e morreu. Ele ficou quase 48 horas internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Jayme Santos Neves. A morte cerebral de Joel Messias da Silva Mota, de 45 anos, foi confirmada na noite da última quarta-feira (31). A cunhada dele, muito abalada com o crime, teve um mal súbito e também acabou morrendo.
O crime foi registrado na noite da última segunda-feira (29). Ele foi retirado de dentro de casa e levado para um terreno. A esposa da vítima estava na residência, com o filho de apenas três meses, quando tudo aconteceu. “Até agora não sai do meu pensamento a covardia que foi feita com o meu esposo. Eu pedi, pelo amor de Deus, para não levarem ele, pois ele era inocente. Eles estavam com pau, pedra. Só Jesus”, relatou a mulher da vítima.
Joel foi agredido com pedradas e pauladas. Para a família, ele já havia sido ameaçado ao longo do dia. “Pelo jeito, falaram com ele de dia. Eu tenho para mim que alguém o avisou que de noite passariam para pegá-lo, pois ele estava muito preocupado”, contou um parente.
Segundo os moradores, o motivo do espancamento seria que o gari teria feito gestos obscenos para uma criança, mas a história pode não ter passado de um boato. De acordo com a família, ele vivia há pouco tempo no local. Os familiares acreditam que ele pode ter sido confundido.
A polícia não descarta a hipótese de boato, mas essa e outras possíveis motivações estão sendo investigadas. Além da esposa da vítima, a cunhada também estava na casa na noite do crime. Ela testemunhou toda a cena e passou a sentir dores.
A porteira Lucivania Felix da Silva, de 28 anos, seguiu para o trabalho. Durante o expediente teve um mal súbito e morreu. Para a família, ela sofreu o infarto pois estava muito impressionada com tudo o que viu.
O companheiro dela estava inconsolável. O casamento seria realizado em poucos dias. “Nós estávamos pretendendo casar no dia 5 e já íamos ver os papeis, mas não deu tempo. Quatro dias antes eu tinha sonhado que estava em um velório de uma mulher. Até comentei com ela”, disse.
Na manhã desta quinta-feira (1), a dor da família se multiplicava. Para eles, dois inocentes foram vítimas de uma crueldade.
A Polícia Civil informou que a ocorrência continua sob investigação e até o momento não há nenhuma novidade sobre o caso.