Um delegado da Polícia Civil teve as placas de seu carro furtadas por bandidos, na frente do prédio onde ele mora. A vítima em questão, o delegado Rodrigo Rosa, titular da DP de Jacaraípe, na Serra, explica que a intenção dos criminosos é usar as placas para fazer clonagem de veículos.
Segundo o delegado, os bandidos se aproveitaram de um breve momento em que ele deixou o carro estacionado na rua. “Foi uma ação rápida. Eu tinha parado em frente ao meu prédio e não quis estacionar o veículo dentro da garagem. Parei na rua, subi, demorei aproximadamente 40 minutos e, quando eu voltei, [o carro] já estava sem as duas placas, sem os parafusos e sem o lacre”, contou.
De acordo com Rodrigo Rosa, o golpe é antigo e é crime previsto no código penal. Ele afirma que quase 90% dos veículos apreendidos com suspeitos apresentam placas frias, ou seja, o veículo apreendido usava o identificador oficial de um outro carro.
“Normalmente eles utilizam [essas placas furtadas] para ocultar algum veículo que tenha alguma restrição de roubo ou furto. E se essa placa clonada for utilizada em algum crime a pessoa acaba sendo suspeita”, explicou.
Quem também foi vítima desse tipo de crime foi o garçom Milton Pereira. Ele conta que, há cerca de 15 dias, estacionou a moto em frente à empresa em que trabalha, como de costume. No entanto, quando voltou para pegá-la, o veículo estava sem a placa e o lacre de segurança.
Segundo o garçom, o furto só foi percebido quando ele já estava em casa. “O policial me informou que eles não trocam a placa e que eu teria que fazer outra placa. E a outra permanece com a restrição de furto”, lamentou.
Orientação
A orientação das autoridades é que a pessoa que for vítima desse tipo de crime deve procurar uma delegacia e registrar o boletim de ocorrência o mais rápido possível. O documento será a garantia de que a pessoa foi vítima do golpe. Caso a placa seja clonada e o veículo venha a se envolver em alguma infração, o proprietário poderá recorrer da multa.
O gerente de operações do Detran, Cléber Bongestab, explica que o órgão já registrou casos em que o motorista alegou não ser responsável pela infração, por ter tido as placas do veículo clonadas.
“Ele vai juntar a documentação, vai procurar o Detran com esse boletim de ocorrência e nós colocaremos no sistema um indicativo de clonagem. O indicativo de clonagem não resolve em si o problema e o ideal seria se a gente conseguisse prender o veículo irregular. Só que isso vai depender de abordagem e, em alguns casos, não é possível conseguir fazer isso. No entanto, ele vai se resguardar para possíveis consequências: infrações de trânsito, suspensão do direito de dirigir, um atropelamento, um acidente, esse tipo de coisa”, explicou.