O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, pediu que a Justiça condene o comerciante Vilson Luiz Ballan a pena máxima de 40 anos pela morte de Breno Rezende de Carvalho, de 25 anos. O suspeito foi preso na tarde de terça-feira (18), após se entregar em uma delegacia.
“Ele está preso. Agora refletir sobre o que ele fez. Essa vida a gente não vai conseguir trazer de volta, mas ele vai responder às raias da Justiça pela pena e eu peço a pena máxima para ele, que é 40 anos“, afirmou Arruda.
O delegado-geral da Polícia Civil informou que a Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) de Vitória intensificou as investigações, após o crime ocorrido na madrugada de sábado (15), para tentar efetuar a prisão em flagrante do comerciante. No entanto, os policiais não o localizaram e foi pedida a prisão temporária. O mandado de prisão foi expedido pela Justiça na segunda-feira (17).
A defesa do comerciante fez um acordo com a polícia para que ele se entregasse. No pedido, os advogados solicitaram que a imagem de Vilson fosse preservada. Para isso, foi utilizada uma viatura descaracterizada para o transporte do suspeito.
“Ele (Vilson) se apresenta, porque percebeu que não tinha para onde ir, não tinha para onde fugir, onde ele fosse nós íamos encontrá-lo. O melhor caminho que ele entendeu foi a rendição e se entregou. A prevenção é fazer um inquérito policial rápido, eficiente e determinar a prisão como foi feito”, afirmou Arruda.
Após passar por exames no Instituto Médico Legal (IML), em Vitória, na tarde de terça-feira (18), Vilson foi encaminhado para o presídio. Nesta quarta-feira (19), o comerciante vai passar por audiência de custódia para a Justiça decidir se ele permanece preso ou se vai responder ao processo em liberdade.
O inquérito ainda está em andamento na DHPP de Vitória. Ao ser preso, Vilson optou por ficar em silêncio no depoimento.
Faca foi encontrada na carro do irmão do suspeito
A faca utilizada por Vilson Luiz Ballan para matar Breno Rezende de Carvalho foi encontrada na carroceria do carro do irmão dele. A arma foi entregue de forma espontânea pela defesa do comerciante e pelo irmão dele, Adilson Ballan.
Em nota, Adilso afirmou que não tem ligação com o crime cometido pelo irmão. Ele também afirmou que não é proprietário do bar “Sofá da Hebe”, onde Breno foi morto, e disse que não ajudou o irmão a fugir.
“Esclarece que não presenciou a agressão à vítima e que tudo ocorreu de forma muito rápida, tendo agido unicamente com o intuito de evitar um tumulto maior, retirando um dos envolvidos do local, pois acreditava se tratar apenas de uma confusão, e não de fatos tão graves”, informa a nota.
O empresário ainda prestou solidariedade à família e amigos do jovem, além de se colocar a disposição da Justiça para esclarecer os fatos.
Relembre
Breno Rezende de Carvalho, de 25 anos, foi morto com uma facada no peito na madrugada de sábado (15), na Rua da Lama, em Vitória.
O crime teria acontecido por conta de R$ 16. Breno e Vilson teriam começado a discutir no Bar Caldeirão, onde a vítima era cobrada por uma suposta dívida da compra de uma cerveja.
Depois do desentendimento, Breno deixou o local e seguiu para outro bar, Sofá da Hebe, de frente para o Caldeirão. O comerciante o seguiu e os dois começaram a discutir novamente.
Uma câmera de segurança registrou o momento do crime. As imagens mostram Breno discutindo com Vilson. Os dois se afastam e Breno senta-se. Pouco depois, o comerciante se aproxima e esfaqueia o jovem.
Logo após o crime, o suspeito entra em um carro e foge. O veículo era dirigido pelo irmão de Vilson, que alegou que não sabia do ocorrido.
*Com informações da repórter Carol Poleze, do Folha Vitória