O caso do promotor de justiça, acusado de abuso de autoridade em Vila Velha, foi parar na Delegacia Regional de Vila Velha. Na última sexta-feira (27), Clóvis Figueira foi acusado de ameaçar funcionários dos Correios do município.
A ocorrência do caso só chegou na Delegacia Regional de Vila Velha, por volta das 20h, fato que, segundo o advogado da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar, foge completamente do processo comum que é feito depois de uma situação policial.
“Normalmente uma ocorrência normal se encerra logo depois. Não se arrasta tanto como foi essa. Nós acreditamos que isso se deu grande parte por um influxo de autoridades locais tentando abafar o caso”, afirmou.
Os militares envolvidos no caso foram proibidos de conversar com a imprensa. A ordem teria sido dada pelo Comando Geral do Quarto Batalhão da PM, responsável pela região de Vila Velha.
Mas a equipe da TV Vitória teve acesso ao boletim de ocorrência confeccionado pelos policias. Em um trecho, os militares relatam que durante a abordagem, o promotor usou as seguintes palavras: “Se vocês não resolverem o meu problema, vou representar contra vocês.” E em seguida completou dizendo ser conhecido do comandante e do subcomandante do 4° Batalhão. De acordo com os policias, as palavras foram ditas em tom de ameaça.
Mesmo depois dos relatos, segundo o advogado, os soldados e cabos ainda serão provavelmente intimados a prestarem esclarecimentos na Corregedoria da Polícia Militar. “Uma juíza que trabalha na Vara da Infância e Juventude teria ligado para o comandante geral e pedido a intervenção deles. Logo em seguida, os policiais que normalmente são responsáveis pelos relatos da ocorrência que estão conduzindo, foram removidos dessa responsabilidade”, explicou.
Pedestre
E não foi apenas a policia que precisou de tempo para conseguir desenrolar o caso. Um eletricista que andava pela região durante a confusão e quase foi atropelado pelo carro do promotor, afirmou que no início da tarde ele procurou atendimento em um Hospital de Vila Velha/ mas com a demora, acabou desistindo e voltou para casa. “Eu fui procurar atendimento. Não me atenderam. Depois me atenderam, mas não fui bem atendido”, desabafou.
O caso
Os policias foram acionados pelo Ciodes para atenderem uma ocorrência envolvendo o promotor de justiça, que estava parado em uma agência dos Correios. De acordo com testemunhas, ele exigiu que funcionários abrissem o estabelecimento fora do horário comercial.