A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Conceição da Barra, concluiu o inquérito que apurava a morte do dentista Edgleyson Abrão da Silva, de 28 anos, que ocorreu no dia 18 de novembro, em São Mateus. Um homem de 27 anos foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe (homofobia) e fraude processual.
A investigação da Delegacia de Conceição da Barra identificou que o dentista foi morto dentro do carro, na região de Guriri, no município de São Mateus, no Norte do Estado. Para dificultar as investigações, o corpo foi deixado na região de Meleiras, na zona rural de Conceição da Barra.
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Edgleyson foi visto pela última vez no dia 18 de novembro. Segundo a polícia, neste dia, o suspeito e a vítima estavam em um bar em Guriri, no município de São Mateus. Ambos saíram do local em direção ao lado norte, com a vítima dirigindo, e acabaram discutindo dentro do carro.
Segundo as investigações, o suspeito estava armado e assassinou a vítima com um tiro na cabeça ainda dentro do veículo. Logo em seguida, o suspeito saiu do carro, assumiu a direção e jogou o corpo para o lado do carona.
Ele dirigiu em direção ao projeto Tamar, ainda na região de Guriri, parou o carro, colocou o corpo no porta-malas e seguiu pela estrada até o local onde o deixou. Depois ele retornou com o carro para um outro local e ateou fogo no veículo.
Carro foi encontrado um dia depois
No dia 19 de novembro, o carro da vítima foi encontrado pela Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) incendiado em uma estrada rural na região de Meleiras, na zona rural da cidade Conceição da Barra, posteriormente foi encaminhado ao pátio e periciado.
Já no dia 20, o corpo do dentista foi encontrado em avançado estado de decomposição, em uma área de restinga entre o balneário Guriri, em São Mateus, e o município vizinho de Conceição da Barra.
Em uma operação conjunta, realizada no dia 27 de novembro, por meio das equipes das Polícias Civil, Penal e Rodoviária Federal, foi detido o suspeito do crime, um homem de 27 anos. Com ele foi localizada a arma do crime, uma pistola com indícios de remarcação, um carregador, munições, um celular e R$ 950,00 em espécie.
Em depoimento, assim que foi detido, o suspeito confessou o crime, mas não confirmou que era namorado da vítima. Segundo o homem, Edgleyson era apaixonado por ele, mas os dois eram somente amigos.
Ele alegou ainda que houve uma discussão dentro do carro, confessando que estava armado e disparou na perna e depois na cabeça da vítima.
Em seu segundo interrogatório, já preso, o investigado disse que via a vítima como amigo e que tiveram uma relação de mais de um ano, em que saíram juntos e viajaram. Disse ainda a vítima passou a gostar dele com um sentimento maior.
Investigações apontam ‘frieza’ por parte do investigado
A equipe identificou que o investigado, apesar de não se afastar da vítima, não nutria por ela o mesmo sentimento e aparentemente mantinha a proximidade pelo que a vítima proporcionava a ele.
A dinâmica do crime apontou uma discussão motivada por cobranças afetivas da vítima, utilizando os ‘presentes’ como forma de exigir reciprocidade.
O investigado, em um momento de extrema tensão, utilizou a arma do crime para cometer o crime. A tentativa de ocultar o corpo, incendiar o veículo e alterar a cena do crime revelou, segundo as investigações, uma frieza por parte do suspeito.
A equipe da Delegacia de Polícia de Conceição da Barra concluiu as investigações, evidenciando o envolvimento do suspeito, que foi indiciado no crime de homicídio qualificado por motivo torpe (homofobia) e fraude processual. O homem segue preso no Centro de Detenção Provisória de Colatina.